O bem-estar dos trabalhadores constitui, inegavelmente, um fator-chave no sucesso de longo prazo de qualquer organização. De facto, a promoção proativa e consistente de um ambiente saudável — bem como de uma cultura de segurança — apresenta resultados visíveis nos índices de satisfação e produtividade no trabalho.
Mas de que modo pode, e deve, a formação profissional intervir neste campo? E que estratégias se podem implementar nas empresas para, num plano prático, aliar o bem-estar e a produtividade no trabalho?
Antes de mais, o que se entende por “bem-estar no trabalho”?
“O bem-estar abrange as necessidades de energia física, emocional e mental da força de trabalho, assim como o seu nível de prontidão e a sua capacidade para desempenhar as suas funções.” É deste modo que um artigo da Forbes, intitulado “The undeniable link between well-being and productivity”, define este conceito cada vez mais central no quadro da gestão de equipas.
No fundo, importa atentar na ideia de “bem-estar organizacional” a partir de uma perspetiva holística, integrando (e interligando) a saúde mental e a física. Neste contexto, existem alguns indicadores cruciais a que é necessário prestar atenção, como, por exemplo:
- Qual é a taxa de absentismo dos trabalhadores?
- Existem disparidades consideráveis no absentismo verificado nas várias equipas?
- Esta taxa tem apresentado alterações substanciais ao longo do tempo?
- Quanto tempo é que, em média, um trabalhador permanece na organização?
- Quantos acidentes de trabalho são registados por ano?
- Quais são as doenças profissionais mais predominantes na empresa?
- Quais são as preocupações que os trabalhadores manifestam com maior frequência?
- Existem canais de comunicação para fomentar um diálogo aberto e regular com todo o pessoal?
- Os trabalhadores têm acesso a apoio psicológico e a formação profissional orientada para o bem-estar no trabalho?
Mas qual é a ligação entre bem-estar e produtividade no trabalho?
Neste ponto, revela-se útil atentar na evidência estatística que, ao longo dos últimos anos, tem atestado a profunda conexão entre estes dois fatores. Frisamos, pois, três dados expressivos:
- De acordo com a Oxford University, os trabalhadores que classificaram a sua felicidade como elevada registaram uma produtividade no trabalho 13% mais elevada do que quem demonstrou baixos níveis de bem-estar;
- Segundo um relatório citado pelo World Economic Forum, as empresas premiadas pelas suas iniciativas de saúde, segurança e bem-estar registaram um crescimento médio de 115% nos lucros por ação. Os seus concorrentes ficaram-se por um crescimento de 27%;
- Um estudo da Deloitte afirma que cerca de 70% dos trabalhadores acreditam que um maior compromisso com a sustentabilidade humana melhoraria a sua produtividade no trabalho, assim como o seu grau de confiança na liderança.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) reitera esta visão, defendendo, ainda, que o investimento consolidado na criação de ambientes de trabalho saudáveis dá início a uma cadeia de vantagens intimamente associadas:
O forte impacto do bem-estar na produtividade no trabalho (...) terá efeitos positivos no desempenho organizacional. Esses ganhos, por sua vez, gerarão maiores rendimentos e receitas estatais que permitirão aumentar o bem-estar da população. O incremento da produtividade no trabalho e as melhorias no bem-estar estão, pois, interligados, podendo criar ciclos de retroalimentação positiva.
Qual é o papel da formação profissional na criação de um local de trabalho produtivo?
De acordo com a Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho (EU-OSHA), a proporção de trabalhadores europeus que enfrentam fatores de risco que podem afetar a sua saúde mental ronda os 45%. Trata-se, claro está, de um problema incontornável para todas as organizações — prejudicando acentuadamente o bem-estar e, portanto, a produtividade no trabalho.
Pois bem, a formação profissional desempenha, neste campo, um papel imprescindível. Afinal, revela-se crucial equipar todos os quadros internos (incluindo, naturalmente, as lideranças) com as ferramentas necessárias para a criação de um ambiente de trabalho seguro e profícuo.
Com efeito, para garantir que o desenho do plano de formação se torna num fator construtivo para a satisfação e produtividade no trabalho, considere três aspetos centrais:
1. Evite a padronização dos percursos formativos
Sabemos que, além de um requisito legal, a formação profissional é hoje um fator-chave para a contínua progressão dos trabalhadores. Isto engloba as competências de teor técnico, claro, mas também as soft skills ou a adoção de comportamentos consonantes com as preocupações de Segurança e Saúde no Trabalho (SST).
Porém, revela-se fundamental adequar a oferta formativa ao perfil e às necessidades dos trabalhadores. Só desse modo se poderá assegurar que estes momentos de aprendizagem são, efetivamente, frutíferos e apresentam um impacto visível no desenvolvimento (profissional e pessoal) de cada pessoa.
Esta aposta na personalização terá, sem dúvida, um efeito bastante positivo em múltiplas dimensões, como:
- Incremento da capacidade para transmitir conhecimentos, competências e atitudes, tornando os momentos de formação mais proveitosos e estimulantes;
- Maior atração e retenção de talento (a cimentação de uma boa reputação de empregador viabiliza uma redução da taxa de rotatividade);
- Aumento dos índices de motivação e produtividade no trabalho, por meio da capacitação de cada pessoa e da criação de um ambiente laboral mais cooperativo.
2. Priorize a inteligência emocional dos trabalhadores
A compreensão e a gestão das emoções desempenha um papel capital no domínio do bem-estar e, claro, da produtividade no trabalho. São múltiplas as competências indispensáveis a desenvolver neste campo: da autoconfiança à resiliência contra o stress, passando pela gestão do tempo ou pela capacidade de trabalhar e cooperar com equipas, de gerir riscos psicossociais ou de empatizar com as necessidades do outro.
Ora, estas variáveis são, inegavelmente, decisivas para a edificação de um contexto laboral saudável, criativo, seguro e produtivo. Devem, por isso, trabalhar-se proativamente no âmbito da formação profissional.
3. Integre as premissas do bem-estar na cultura organizacional
O absentismo e a ansiedade no trabalho, por exemplo, acarretam consequências nefastas para o equilíbrio de qualquer organização. Como vimos, a formação orientada para o bem-estar e a produtividade no trabalho pode ser determinante neste contexto. Não obstante, tem de se enquadrar numa cultura corporativa consistente com estes valores.
A preocupação com a motivação, a segurança e a saúde — física e mental — de todos os trabalhadores deve espelhar-se, portanto, nas mais diversas decisões estratégicas da organização. Só dessa maneira se poderá garantir a eficácia dos percursos formativos orientados para o incremento da satisfação e da rentabilidade dos trabalhadores.
Se a sua empresa pretende, então, facultar aos seus quadros as ferramentas essenciais para aumentar os índices de bem-estar e produtividade no trabalho, conte com a vasta experiência da equipa Centralmed. Conheça a nossa ampla oferta de formações certificadas pela DGERT e contacte-nos: dispomos de todos os recursos para responder aos desafios ímpares da sua organização!