Formação em segurança no trabalho: como fomentar a adoção de comportamentos seguros?

Qual é a importância da formação em segurança no trabalho?

De acordo com o Eurostat, em 2021, Portugal foi o quinto país da União Europeia (UE) com mais acidentes não fatais no local de trabalho. Esta é, sem dúvida, uma das principais ameaças ao bem-estar e à produtividade nas empresas. Por conseguinte, revela-se imprescindível investir na formação em segurança no trabalho (ST), capacitando os trabalhadores para adotarem uma postura preventiva e responderem adequadamente a eventuais riscos.

Trata-se, aliás, de um passo vital para os equipar com as competências e as ferramentas necessárias para lidar com os riscos profissionais, no quotidiano. Além disso, esta é uma obrigação prevista na lei, que todas as empresas devem cumprir.

Qual é a importância da aposta na formação em ST?

A formação em segurança no trabalho tem como desiderato central a transmissão de conhecimentos, a todos os trabalhadores, sobre as medidas de autoproteção (MAP) e de prevenção, essenciais para eliminar ou mitigar os riscos profissionais. Trata-se, portanto, de um pilar crucial na cimentação de uma cultura de segurança robusta. 

Torna-se, assim, imperativo para qualquer empresa delinear um plano de ação que contemple as necessidades formativas dos seus trabalhadores. Esta planificação da formação em segurança no trabalho deve, pois, alicerçar-se na constante adaptação à realidade setorial e aos riscos específicos de cada contexto laboral.

Naturalmente, os setores da indústria e da construção civil exigem a implementação de práticas de segurança bastante diferentes, e mais rigorosas, do que as aplicadas num ambiente de escritório.

Neste contexto, pode verificar-se útil atentar em alguns indicadores estatísticos, que espelham a exigência de segurança em cada área profissional. A título ilustrativo, segundo o Eurostat, mais de um quinto dos acidentes fatais no trabalho, na UE, aconteceram, em 2021, no setor da construção.

Por conseguinte, torna-se evidente que esse setor exige uma estratégia de formação em segurança no trabalho muito bem delineada, equacionando fatores como o manuseamento de maquinaria pesada e de equipamentos perigosos ou os riscos inerentes aos trabalhos em altura

Contudo, importa sublinhar que a formação em segurança no trabalho não é uma exigência apenas nos casos com riscos mais evidentes. Recordamos, pois, que esta é uma prática incontornável — e amplamente benéfica —, para qualquer empresa, de qualquer setor.

Quais são, então, as vantagens da formação em segurança no trabalho?  

Além do preocupante número de acidentes fatais e não fatais nos locais de trabalho — com nefastas consequências para o bem-estar nas organizações —, é relevante relembrar, também, os custos monetários que essas situações comportam.

De acordo com a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, acidentes e doenças relacionadas com o trabalho custam à economia da União Europeia, pelo menos:

de euros por ano
1 mil milhões

Um plano de formação em segurança no trabalho consiste, portanto, num investimento que, a médio e longo prazo, permite reduzir custos como:

  • Despesas com seguros e procedimentos administrativos, em caso de acidente no trabalho;  
  • Coimas por incumprimento das normas de Segurança e Saúde no Trabalho (SST); 
  • Pagamento de baixas e indemnizações aos trabalhadores lesados;  
  • Perdas de produtividade relacionadas, por exemplo, com o abstencionismo e a falta de motivação; 
  • Reparação de equipamentos e materiais danificados;  
  • Substituição de pessoal e formação inicial de novos quadros (onboarding). 

A aposta numa formação orientada para as estratégias preventivas de SST, aplicada a toda a organização, aporta diversas vantagens, a saber:

  • Redução dos acidentes de trabalho e das doenças ocupacionais;
  • Promoção proativa (não reativa) da segurança e do bem-estar dos trabalhadores;
  • Incremento da produtividade, dos índices de motivação e, assim, da qualidade do trabalho;
  • Facilitação do crescimento profissional e do desenvolvimento de novas competências;
  • Diminuição dos custos com indemnizações ou ausências dos trabalhadores;
  • Investimento no capital reputacional da empresa, enquanto empregadora responsável;
  • Aumento da capacidade de atração e retenção de talento.


Como aplicar a formação em segurança no trabalho?  

Para cimentar uma cultura de segurança nas empresas, é imprescindível que o plano de formação se debruce sobre múltiplos tópicos relevantes, por exemplo:


O plano de formação em segurança no trabalho deve manter-se, assim, o mais abrangente possível. Todavia, importa que todo o processo se adeque à realidade corporativa (sempre ímpar) de cada organização. Portanto, a realização de um diagnóstico de necessidades de formação profissional revela-se fundamental.
 

Formação em SST, passo a passo 

Antes de delinear o plano formativo nesta área, importa, então, equacionar alguns cuidados basilares:   

  • O conteúdo da formação (sobretudo os tópicos a frisar) deve ter relevo no dia a dia dos profissionais e adequar-se às funções que desempenham;  
  • Os métodos de transmissão de conhecimento devem espelhar uma aposta clara na interatividade e promover a partilha de experiências entre formandos. O domínio prático da formação em segurança no trabalho (com simulações, por exemplo) revela-se determinante; 
  • As sessões de formação devem ser suficientemente flexíveis e adaptáveis, para garantir uma resposta personalizada às necessidades dos formandos, incentivando a assimilação (e devida implementação) dos conhecimentos adquiridos.


Após estas considerações, chegou, então, o momento de seguir os passos fundamentais, para incrementar a eficácia da formação em segurança no trabalho, na sua empresa: 

Formação em segurança no trabalho: como fomentar a adoção de comportamentos seguros?

A aposta na SST deve perspetivar-se, nas organizações, como uma prioridade indispensável, independentemente do setor em que se integram. Afinal, a formação em segurança no trabalho desempenha um papel vital, garantindo a transmissão (e a atualização) de conhecimento decisivo para proteger o bem-estar no contexto laboral.

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