Como mitigar o impacto das alterações climáticas na segurança alimentar?

Qual é o impacto das alterações climáticas na segurança alimentar?

Aumento da temperatura global, desflorestação, secas, vagas de calor, fenómenos meteorológicos extremos: o impacto das alterações climáticas assume-se, cada vez mais, como uma realidade central e prioritária na agenda de governos, empresas e sociedade civil. Neste alarmante quadro, a manutenção dos padrões de segurança alimentar consiste, certamente, num dos principais desafios a equacionar.

Mas quais serão as principais consequências da crise climática nas várias fases da cadeia de abastecimento dos alimentos? E que estratégias adotar para combater eficazmente este problema central? Siga, então, o fio de perguntas e respostas que preparámos para si, assinalando o Dia Mundial da Alimentação 2024.

Qual é, afinal, a ligação entre crise climática e alimentação? 

Num artigo intitulado “Food and Climate Change: Healthy diets for a healthier planet”, da Organização das Nações Unidas (ONU), defende-se: “O que comemos, e o modo de produção desses alimentos, afeta a nossa saúde, mas também o meio ambiente”. 

De facto, a cadeia de abastecimento dos alimentos apresenta implicações ecológicas muito significativas. Isto pode verificar-se nas mais diversas etapas deste processo: do cultivo ao processamento, passando pelo embalamento, pelo transporte (por vezes, com rigorosas condições de refrigeração), pela distribuição ou pela preparação. 

Além das emissões de gases e da poluição diretamente associadas a estas atividades, importa considerar, ainda, o expressivo peso do desperdício alimentar neste contexto. De acordo com dados da ONU: 

de alimentos são desperdiçados globalmente, todos os anos.
1 milhões de toneladas

Este número corresponde, sensivelmente, a cerca de 17% dos alimentos disponíveis para consumo, em todo o mundo. Aliás, se o desperdício de alimentos fosse um país, seria o terceiro maior emissor de gases com efeito de estufa.  

No entanto, se é verdade que o setor alimentar apresenta uma pegada ambiental preocupante, o nefasto impacto das alterações climáticas nesta área revela-se, igualmente, incontornável. 

Em que se traduz o impacto das alterações climáticas na alimentação? 

Segundo a Cimeira Mundial da Alimentação, citada no relatório “Climate change and food security: risks and responses” da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO): 

A existência de segurança alimentar pressupõe que todas as pessoas, em todos os momentos, têm acesso físico e económico a alimentos suficientes, seguros e nutritivos que satisfaçam as suas necessidades dietéticas para uma vida ativa e saudável.

Como refere a norte-americana Environmental Protection Agency (EPA), “a agricultura é muito sensível ao clima e às condições meteorológicas. Depende fortemente da terra, da água e de outros recursos naturais afetados pelo clima”. Com efeito, o impacto das alterações climáticas — nos padrões de precipitação ou nas condições de fertilidade dos solos, a título de exemplo — incrementa substancialmente a vulnerabilidade deste setor.  

De acordo com a EPA, podemos destacar três fatores centrais no que concerne ao impacto das alterações climáticas no âmbito da agricultura: 

1. Alterações nos índices de produtividade 

Os novos padrões climáticos podem, decerto, afetar de forma crítica a produção alimentar. Do aumento das exigências de irrigação ao controlo de pragas, passando pelos danos às culturas decorrentes da poluição ou dos incêndios florestais, por exemplo, são múltiplos os fatores a considerar neste quadro. 

2. Escassez de recursos hídricos e esgotamento dos solos 

Além de afetar a integridade das produções, o aumento da ocorrência de fenómenos meteorológicos extremos pode causar erosão dos solos e contaminação dos abastecimentos de água (nomeadamente, em virtude do transporte de fertilizantes e pesticidas). 

De igual modo, as condições de seca extrema prejudicam gravemente a disponibilidade de recursos hídricos e, claro, as condições gerais de cultivo. 

3. Condições de saúde dos trabalhadores 

Os trabalhadores deste setor enfrentam novos riscos profissionais, relacionados com o impacto das alterações climáticas. Incluem-se, aqui, a exposição a vagas de calor e outras condições extremas, o desenvolvimento de pragas portadoras de doenças ou a degradação da qualidade do ar, por exemplo. 

 

Como mitigar o impacto das alterações climáticas na segurança alimentar?

 

Como mitigar o impacto das alterações climáticas na segurança alimentar? 

Num contexto altamente desafiante, é fundamental que as empresas do setor alimentar adotem estratégias para reduzir a vulnerabilidade das suas cadeias de abastecimento ao impacto das alterações climáticas. 

Por conseguinte, as organizações devem implementar medidas que promovam a sustentabilidade e a resiliência das suas operações, a saber: 

  • Investir em práticas agrícolas sustentáveis e regenerativas, protegendo a integridade dos solos e diminuindo as emissões; 
  • Melhorar a eficiência energética de todos os processos da cadeia de abastecimento, reduzindo a pegada de carbono de operações como a produção e o embalamento de alimentos ou o seu transporte e armazenamento; 
  • Otimizar a utilização de recursos hídricos, evitando a contaminação da água por agentes físicos, químicos ou biológicos; 
  • Garantir as condições de saúde e segurança no trabalho, respondendo proativamente ao agravamento de riscos profissionais que decorre do impacto das alterações climáticas. Neste quadro, importa proteger os trabalhadores de um conjunto crescente de ameaças, como, por exemplo, a intensificação da poluição atmosférica, as doenças transmitidas por vetores ou os eventos climáticos extremos e desastres naturais. 

 

Um compromisso de todos — e de hoje 

A resposta a este desafio não se pode restringir, certamente, às empresas do setor alimentar. É indispensável envolver todas as entidades, assim como os consumidores, neste combate inadiável em prol da segurança alimentar. Tome nota: 

  • Opte por dietas mais ricas em vegetais, assim como em produtos locais e sazonais. Além de contribuírem para uma alimentação mais saudável, estas opções apresentam um menor impacto ecológico; 
  • Reduza o desperdício alimentar, por meio do planeamento de refeições ou da adequada conservação dos bens perecíveis, por exemplo; 
  • Evite o consumo de embalagens descartáveis; 
  • Promova, na sua organização, a transmissão de informação e o fornecimento de formação profissional orientada para a segurança alimentar e as práticas de sustentabilidade.  

 

Neste Dia Mundial da Alimentação, garanta que a sua organização está preparada para responder aos desafios de hoje e de amanhã. Consulte, então, os serviços de segurança alimentar da Centralmed e confie na vasta experiência da nossa equipa para mitigar o impacto das alterações climáticas nesta área vital. Contacte-nos! 

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