Na cadeia de transporte de produtos alimentares perecíveis, atuam múltiplos intervenientes que manipulam (direta ou indiretamente) estes produtos, tendo, portanto, a responsabilidade de salvaguardar a segurança alimentar. Afinal, a manutenção da integridade, da qualidade e da segurança dos alimentos revela-se vital para proteger a saúde dos consumidores.
O armazenamento, o transporte, a distribuição e a comercialização de produtos alimentares (principalmente perecíveis) carecem, sem dúvida, de métodos rigorosos e especializados que preservem a higiene e a segurança alimentar. Assim, nunca poderá descurar a formação profissional dos trabalhadores com estas funções.
Descubra, então, as características e as exigências particulares do transporte de produtos alimentares perecíveis.
O que são alimentos perecíveis?
Os alimentos perecíveis são aqueles que se deterioram com mais facilidade, como, por exemplo:
O transporte de produtos alimentares perecíveis deve sempre assegurar condições de baixas temperaturas, devido à sua vulnerabilidade a um rápido desenvolvimento bacteriano.
Qual é a importância da segurança alimentar no transporte de produtos alimentares perecíveis?
O processo de transporte de produtos alimentares perecíveis envolve toda a deslocação e manipulação de alimentos — desde o produtor (agricultor ou criador de animais) até ao consumidor final.
Em qualquer transporte de produtos alimentares salienta-se, por exemplo, a importância de evitar a contaminação cruzada. Contudo, as datas de validade, os critérios de qualidade e as necessidades de acondicionamento variam consoante o tipo de produto transportado.
Falhas no transporte de produtos alimentares perecíveis podem mesmo resultar em disrupções nos procedimentos empresariais, ameaças à saúde pública, perdas de capital reputacional e credibilidade, prejuízos financeiros, queda da satisfação dos clientes e consequências legais.
Que desafios podem surgir no transporte de produtos alimentares perecíveis?
Devido à vulnerabilidade dos produtos com que opera, a indústria alimentar enfrenta desafios particulares, como, por exemplo: imprevisibilidade climatérica (com condições que se podem revelar agrestes), intensidade do tráfego ou as obrigações relativas ao cumprimento de normas sanitárias rigorosas.
Aliás, a garantia da qualidade dos produtos alimentares revela-se tão fundamental que muitos comerciantes estabelecem parâmetros rígidos a cumprir em todas as fases da sua cadeia de abastecimento — da configuração das paletes ao rigor na data de entrega. Estes critérios pretendem, então, assegurar a satisfação dos consumidores e a proteção da sua saúde.
Manutenção da qualidade dos produtos alimentares
A atenção que se concede à potencial degradação dos alimentos e à sua data de validade manifesta-se, sem dúvida, imprescindível. Similarmente, cuidados com a refrigeração e o controlo de temperatura — optando por veículos e contentores especializados — são indispensáveis, principalmente no transporte de carne, peixe ou vinho, por exemplo.
Transporte Internacional de Produtos Alimentares Perecíveis
O transporte internacional de produtos alimentares perecíveis só pode ser realizado por quem possua um Certificado ATP, de acordo com o Acordo Relativo a Transportes Internacionais de Produtos Alimentares Perecíveis e aos Equipamentos Especializados a Utilizar nestes Transportes (Acordo ATP). As entidades detentoras deste certificado devem, assim, cumprir com os requisitos exigíveis nos diplomas próprios, que asseguram as condições de salubridade no transporte destes produtos alimentares.
Este certificado ATP é obrigatório para os veículos que realizam transportes internacionais de produtos alimentares perecíveis e também para os veículos que realizam transportes desses produtos exclusivamente no território nacional, se a respetiva largura for superior a 2,55 m, podendo atingir os 2,60 m. Para os restantes, atualmente este certificado é voluntário.
Cuidados de higiene e desinfeção
Como seria de esperar, a higiene pessoal e das mãos no manuseamento de alimentos deve gerir-se com a maior cautela, para proteção da saúde pública. Lembre-se: de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), múltiplas doenças transmitidas por alimentos provocam incapacidades a longo prazo e podem até conduzir à morte. 600 milhões de pessoas (1 em 10) adoecem e 420 mil morrem, anualmente, devido a alimentos contaminados.
Portanto, nunca descure também a limpeza e a desinfeção dos veículos de transporte de produtos alimentares perecíveis, eliminando resíduos e odores. Evite ao máximo manusear os alimentos sem necessidade, para reduzir a probabilidade de os danificar.
Como garantir os padrões de qualidade no transporte de produtos alimentares perecíveis?
Para manter a segurança alimentar, os intervenientes no transporte de produtos alimentares perecíveis devem manter-se atentos às normas sanitárias e aos padrões de qualidade alimentar. Além disso, devem planear cuidadosamente a sua rota para evitar atrasos e a consequente degradação de produtos como frutas, vegetais ou carne.
Entre as medidas de prevenção da contaminação e da degradação de alimentos perecíveis estabelecidas pelo Parlamento Europeu, destacam-se, por exemplo:
- Conhecer detalhadamente as características e necessidades dos bens alimentares a transportar;
- Acondicionar os alimentos em gelo, em viagens com duração superior a 30 minutos;
- Utilizar embalagens, recipientes e contentores apropriados, selados e esterilizados (preferencialmente herméticos);
- Assegurar que os veículos e os equipamentos de transporte se encontram estáveis e seguros, além de munidos de isolamento térmico e sensores para monitorizar a temperatura (principalmente de produtos congelados);
- Regular cuidadosamente a humidade, a ventilação e a exposição solar dos recipientes de transporte;
- Garantir a limpeza profunda e a manutenção regular dos veículos;
- Identificar possíveis pragas (sobretudo de insetos), evitando a sua propagação;
- Impedir o contacto entre produtos alimentares crus e cozinhados;
- Descartar imediatamente qualquer alimento degradado, para evitar contaminação cruzada;
- Isolar adequadamente todos os potenciais alergénios;
- Providenciar formação profissional na área da higiene e da segurança alimentar a todos os trabalhadores da cadeia de transporte de produtos alimentares;
Manter informação sobre os protocolos e as boas práticas de transporte de alimentos sempre acessível.
Boas práticas no transporte de carne
Devido ao possível derramamento de sangue e outros líquidos, toda a carne deve seguir separada dos restantes alimentos, no fundo do contentor-frigorífico. Aliás, o ideal seria criar diferentes grupos de alimentos a transportar em conjunto:
- Carne, peixe e moluscos;
- Frutas e vegetais frescos;
- Laticínios;
- Alimentos congelados.
No transporte de carne congelada, ou outros alimentos congelados, deve manter a temperatura abaixo de −18 ºC e substituir o gelo com frequência. Lembre-se de que o gelo não poderá nunca contactar diretamente com os alimentos. Em cada paragem, verifique a temperatura e o estado dos congelados, garantindo ainda a sua proteção do sol.
No transporte de carne crua, ovos ou laticínios, mantenha a temperatura abaixo dos 4 ºC, para evitar a proliferação de bactérias.
Consulte o guia Higiene e Segurança Alimentar no Transporte de Produtos Alimentares, do IEFP, para descobrir mais regras de conservação dos alimentos e evitar riscos físicos, químicos e biológicos.
Se procura instituir as melhores medidas de higiene e segurança alimentar no transporte de produtos alimentares, conte com o apoio e a orientação da equipa de especialistas da Centralmed. Contacte-nos!