Como devem as empresas preparar os efeitos das alterações climáticas na segurança e saúde no trabalho?

Qual será o impacto das alterações climáticas no futuro da segurança e saúde no trabalho?

No âmbito do Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho (SST) de 2024, a campanha da Organização Internacional do Trabalho (OIT) foca-se no impacto das alterações climáticas no bem-estar dos trabalhadores. Afinal, esta é uma dimensão decisiva para pensar o futuro global da SST.

Nesse sentido, importa que as organizações equacionem o impacto das mudanças nos padrões climáticos no agravamento de um conjunto amplo de riscos profissionais. Como podem, então, adequar as suas estratégias de segurança e saúde no trabalho, numa perspetiva de longo prazo? E que medidas implementar, desde já, para salvaguardar a proteção dos trabalhadores e os índices de produtividade?

Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho 2024

Assinalado, anualmente, a 28 de Abril, o Dia da Segurança e Saúde no Trabalho pretende sensibilizar a população para a importância central da prevenção de acidentes de trabalho e de doenças ocupacionais. De acordo com a OIT:

​Trata-se de uma campanha de sensibilização destinada a focar a atenção internacional nas tendências emergentes no campo da segurança e saúde no trabalho e na magnitude global dos acidentes, das doenças profissionais e das fatalidades ocupacionais.

Em 2024, esta efeméride incontornável no âmbito das políticas de segurança no trabalho dedica-se ao tema: “O impacto das mudanças climáticas na segurança e saúde no trabalho”. Certamente, uma questão vital no futuro da SST, que importa equacionar em todas as organizações.

Como devem as empresas preparar os efeitos das alterações climáticas na segurança e saúde no trabalho?
Dia da Segurança e Saúde no Trabalho 2024: “Estamos a ficar sem tempo. Garantir um trabalho seguro e saudável agora, perante um clima em mudança”

O impacto das mudanças climáticas na segurança e saúde no trabalho

“As profundas mudanças nos padrões climáticos acarretam um impacto significativo no mundo laboral, afetando particularmente a segurança e saúde no trabalho” — é assim que a OIT enquadra esta problemática crítica.

De facto, as alterações climáticas podem agravar alguns riscos profissionais, atendendo a um conjunto vasto de fatores, como:

Aumento do stress térmico

De acordo com a britânica Health and Safety Executive (HSE), o stress térmico “ocorre quando o corpo começa a falhar no controlo da sua temperatura interna. Além da temperatura do ar, pode ter origem em fatores como o ritmo de trabalho, graus elevados de humidade ou o vestuário”.

O calor excessivo no trabalho constitui, decerto, uma ameaça profunda à segurança laboral. Pode, pois, resultar num conjunto amplo de consequências nefastas para a saúde:

  • Desidratação;
  • Exaustão;
  • Espasmos musculares;
  • Insolação;
  • Erupções cutâneas.

Exposição à radiação ultravioleta (UV)

Nos últimos 20 anos, registou-se uma redução significativa da espessura da camada de ozono, devido à destruição causada por compostos químicos oriundos das atividades humanas. Quem o refere é o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, alertando, então, para os efeitos do aumento da radiação UV no desenvolvimento de problemas como o cancro da pele ou as cataratas.

Este risco deve equacionar-se, sobretudo, nos trabalhos que decorrem ao ar livre. Setores como a construção e a agricultura e o trabalho florestal, por exemplo, exigem a implementação de medidas que evitem a exposição excessiva à radiação UV.

Intensificação da poluição atmosférica

A crescente degradação da qualidade do ar — em virtude da multiplicação de fontes emissoras de poluentes atmosféricos — representa, também, uma severa ameaça à segurança e saúde no trabalho.

Afinal, a poluição atmosférica, assim como a exposição a substâncias químicas, pode desencadear vários danos à saúde humana, caso das doenças pulmonares e cardiovasculares.

Aumento das doenças transmitidas por vetores

De acordo com a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, “estima-se que mais de 75% das doenças emergentes a nível mundial sejam zoonóticas”. Ora, o aquecimento global está intrinsecamente correlacionado com a expansão geográfica e a intensificação da atividade de muitos vetores, como mosquitos, carraças ou pulgas.

Observa-se, assim, um incremento da incidência das doenças desencadeadas por este tipo de transmissão. Uma realidade que pode, decerto, comprometer a saúde dos trabalhadores.

Frequência dos eventos climáticos extremos

Os fenómenos meteorológicos extremos são cada vez mais comuns e intensos. Falamos, por exemplo, de secas, tempestades, precipitação intensa, ondas de calor e de frio. Podem, por sua vez, provocar desastres naturais como inundações, deslizamentos de terras ou incêndios.

Neste quadro, as empresas precisam, então, de garantir a implementação das medidas adequadas para prevenir e organizar a resposta à ocorrência de emergências.

Como devem as empresas preparar os efeitos das alterações climáticas na segurança e saúde no trabalho?

Futuro da segurança e saúde no trabalho: como responder às alterações climáticas?

Perante estes exigentes desafios, decorrentes da crise ecológica, importa implementar um conjunto de normas e regras de segurança no trabalho imprescindíveis, a saber:

  • Garantir a proteção solar indicada aos trabalhadores expostos à radiação. Para isso, assegure-se de que dispõem de sombra suficiente, de protetor solar, de roupa adequada e de Equipamento de Proteção Individual (EPI) contra a radiação UV, por exemplo;
  • Assegurar o ar condicionado nos veículos e locais de trabalho;
  • Durante as vagas de calor, adaptar os horários e os processos de trabalho, com o intuito de reduzir a atividade física durante os períodos mais quentes;
  • Incentivar as pausas regulares, em ambientes frescos e arejados;
  • Fornecer água fresca e potável;
  • Garantir a ventilação adequada de todos os locais de trabalho, para combater os efeitos nefastos de aerossóis e poeiras. Se necessário, recorrer a EPI’s adequados para o efeito;
  • Implementar medidas de higiene que permitam evitar infeções e contaminações nocivas para o bem-estar dos trabalhadores;
  • Assegurar a monitorização da saúde dos trabalhadores, por meio de consultas regulares de Medicina do Trabalho, por exemplo;
  • Realizar avaliações regulares dos riscos que podem ameaçar a segurança e saúde no trabalho;
  • Promover — estruturada e proativamente — uma cultura de segurança que permita proteger os seus trabalhadores e recursos em caso de emergência;
  • Formar e sensibilizar todos os trabalhadores para o impacto das alterações climáticas na SST, sublinhando o papel das medidas preventivas neste âmbito.

O futuro da segurança e saúde no trabalho define-se hoje: afinal, os efeitos das alterações climáticas já se fazem sentir em muitas organizações. Se a sua empresa pretende estar à altura deste desafio, conte com parceiros de confiança. Na Centralmed, temos à sua disposição um conjunto alargado de serviços de segurança no trabalho. Contacte-nos!

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