Num contexto inegavelmente pautado pela evolução tecnológica, os métodos tradicionais de formação profissional revelam-se cada vez mais ineficazes. Com efeito, a criação de ambientes imersivos de aprendizagem — com recurso a elementos de gamificação — pode revelar-se determinante.
Mas o que caracteriza esta abordagem à formação? E como devem as organizações implementar esta estratégia, garantindo a sua eficácia? Consulte, então, o nosso guia de perguntas e respostas.
Primeiramente, o que se entende por “ambientes imersivos” na formação?
Este é, sem dúvida, um conceito cada vez mais proeminente no contexto corporativo. Ora, de acordo com o glossário da Gartner:
Os ambientes imersivos de aprendizagem utilizam uma grande variedade de técnicas e ferramentas digitais, incluindo a gamificação, a aprendizagem baseada em simulações e o recurso a universos virtuais. Distinguem-se de outros métodos de aprendizagem pela sua capacidade de simular cenários e ambientes realistas, permitindo aos formandos testar, na prática, as suas competências.
De facto, a capacidade de edificar espaços de aprendizagem interativos e imersivos constitui, hoje, um elemento-chave para a eficácia da formação profissional. Afinal, num ambiente definido por dinâmicas digitais, a interatividade tornou-se um fator basilar para despertar o interesse, manter a atenção, estimular o empenho e garantir o envolvimento ativo dos formandos.
As potencialidades das novas tecnologias, como a realidade virtual ou a realidade aumentada, a título ilustrativo, desempenham um papel significativo neste âmbito, ajudando assim a criar cenários realistas, dinâmicos e responsivos. No entanto, a aplicação da gamificação é, efetivamente, uma ferramenta incontornável para fomentar o cariz imersivo da formação, por meio de soluções digitais ou mais tradicionais.
Qual deve ser, então, o papel da gamificação neste contexto?
Comecemos, uma vez mais, por definir este conceito emergente. A gamificação é uma estratégia que utiliza elementos, práticas e mecânicas típicas dos jogos em contextos que, por definição, não são recreativos.
No que concerne à formação profissional, a implementação desta ferramenta visa criar uma experiência de aprendizagem que equilibre os objetivos pedagógicos com elementos lúdicos, tornando o percurso formativo mais apelativo, envolvente e eficaz. Para isso, recorre a desafios, competições, sistemas de progressão e recompensas, por exemplo.
Quais são as principais vantagens da gamificação na formação?
A criação de ambientes imersivos, interativos e cativantes, no contexto formativo, acarreta um conjunto amplo de vantagens, como:
- Aumentar a motivação e a retenção dos formandos;
- Facilitar o desenvolvimento de competências, a memorização dos conteúdos e a cimentação do conhecimento adquirido;
- Criar uma atmosfera desafiante, lúdica e com um cariz prático e operacional, altamente frutífera no âmbito dos processos de reskilling e upskilling, por exemplo;
- Promover a interação social e o trabalho em equipa, por meio de dinâmicas colaborativas;
- Estimular a experimentação prática, o pensamento crítico, a resolução de problemas e a tomada de decisões num ambiente seguro, evitando assim a exposição a riscos reais. Trata-se de uma valência especialmente importante em áreas como a formação em segurança e saúde no trabalho.
Que cuidados equacionar numa estratégia de gamificação dos percursos formativos?
Para garantir a eficácia deste método, e tirar partido dos seus benefícios, é essencial ter em consideração cinco fatores primordiais, a saber:
1. Estipule objetivos claros
Um dos principais erros na implementação da gamificação na formação relaciona-se, certamente, com este tópico. Se as regras, os objetivos e o sistema de pontuação ou avaliação do jogo não estiverem suficientemente explícitos, evitando ambiguidades, os formandos sentir-se-ão perdidos e pouco motivados.
Além disso, é fundamental sublinhar que os objetivos pedagógicos, devidamente estipulados no Programa de Formação, devem ser sempre o foco principal. Ou seja, o jogo complementa a aprendizagem, não a substitui.
2. Estabeleça um mecanismo de recompensas
A capacidade de criar uma formação imersiva, através da gamificação do processo de aprendizagem, depende, sem dúvida, do sentimento de realização pessoal que os jogos podem proporcionar (através de tabelas de classificação, prémios ou badges, por exemplo). Por conseguinte, é fundamental fomentar um ambiente de competitividade saudável.
De notar que a produção de dopamina, associada à sensação de prazer e motivação, desempenha um papel essencial neste processo. Um estudo publicado no Journal of Neurophysiology, a título ilustrativo, permite concluir que a sensação de conquista relacionada com a superação de um desafio recompensador reforça o processo de aquisição de competências e, ainda, o envolvimento emocional com a formação.
3. Garanta feedback contínuo aos formandos
Uma das vantagens inerentes à introdução de elementos “jogáveis” prende-se, decerto, com a possibilidade de encurtar os ciclos de fornecimento de feedback aos trabalhadores. Desse modo, os formandos podem monitorizar os seus progressos, em tempo real, identificando os seus pontos fortes e as áreas a melhorar.
4. Personalize a experiência de aprendizagem
A gamificação deste processo deve, similarmente, ser um alicerce para a (cada vez mais imprescindível) personalização dos percursos formativos. Com efeito, as atividades mais “jogáveis” devem adaptar-se às necessidades e ao ritmo de cada formando, garantindo um incremento sustentado dos níveis de envolvimento e de retenção do conhecimento.
5. Seja criterioso na seleção dos recursos
Como vimos, para “gamificar” um conteúdo ou um módulo de formação, por exemplo, não é obrigatório recorrer às novas tecnologias digitais. No entanto, é inegável que estas plataformas abrem um conjunto praticamente ilimitado de possibilidades e de funcionalidades neste campo. A sua utilização pode, sem dúvida, oferecer uma experiência mais imersiva e fluida.
Ora, para tirar proveito das potencialidades ímpares da gamificação, nesta área decisiva para os negócios, é fundamental contar com o apoio de uma equipa especializada. Desse modo, garante o acesso aos recursos mais adequados e o alinhamento desta estratégia com o diagnóstico de necessidades de formação profissional da sua organização.
A equipa Centralmed conta com uma vasta experiência neste âmbito, assegurando uma resposta adaptada ao perfil e às lacunas da sua empresa. Consulte, então, a nossa ampla oferta formativa, certificada pela DGERT e em constante atualização.
