O ininterrupto processo de digitalização a que temos assistido provocou, sem dúvida, uma verdadeira revolução no universo do trabalho e, claro está, da formação profissional. Afinal, a formação digital — alicerçada na adoção de um conjunto vasto de ferramentas tecnológicas — é, hoje, um fenómeno praticamente incontornável para as organizações.
Além de garantir um incremento na eficácia dos percursos formativos, a digitalização consiste num fator vital para ajudar as empresas a responder à incessante evolução tecnológica. Contudo, importa garantir que se prioriza o desenvolvimento profissional e pessoal de cada trabalhador, não esquecendo os desafios e as necessidades de cada um.
A revolução digital no mundo do trabalho
A formação digital, em contraste com o método tradicional, caracteriza-se pela utilização de recursos tecnológicos, oferecendo um grau superior de interatividade e personalização. O e-learning, por exemplo, consiste num tipo de formação plenamente digital, operando por meio de salas de aula virtuais, webinars, vídeos de apoio, módulos interativos ou avaliações digitais.
O impacto destas ferramentas digitais na educação revela-se, inegavelmente, enorme. E o mundo do trabalho não é, de facto, imune à radical transformação presente nas potencialidades da formação digital. Importa recordar que, durante a pandemia de COVID-19, uma parte significativa dos profissionais passou a depender das ferramentas digitais, de forma praticamente exclusiva, para o seu trabalho.
Por exemplo, os profissionais contratados durante a crise pandémica fizeram, na maior parte das vezes, o onboarding virtual, o que inclui sessões de formação digital para aprenderem as suas funções.
Fonte: Global Market Insights
Contudo, essa transformação digital também revelou fragilidades relativas à (cada vez mais decisiva) literacia digital. Por conseguinte, o Conselho Europeu definiu uma meta: até 2030, 80% da população da UE entre os 16 e 74 anos deve apresentar, pelo menos, competências digitais básicas. Trata-se, pois, de um objetivo que exige o envolvimento de todas as empresas, nomeadamente no que concerne ao papel da formação profissional.
As vantagens da formação digital
É inegável: nos últimos anos, as ferramentas digitais ganharam uma grande preponderância nas ações de formação profissional. Aliás, são muitos os benefícios subjacentes a estes recursos, que podem incrementar substancialmente a eficácia dos percursos formativos dos trabalhadores.
Personalização
A utilização de ferramentas tecnológicas na formação profissional viabiliza, certamente, uma personalização maior. Ou seja, subjaz a estas ferramentas a capacidade de adequar os percursos formativos a cada pessoa, considerando as suas necessidades e competências específicas.
Acessibilidade
Uma das principais vantagens da formação digital passa, sem dúvida, pela possibilidade de acesso — cómodo e rápido — aos mais diversos materiais (como sessões assíncronas ou recursos interativos, por exemplo), sem que se exija a presença física dos formandos. Trata-se de uma valência cada vez mais relevante, atendendo à crescente democratização do acesso a estas plataformas online:
Fonte: DataReportal
Flexibilidade de horários
A utilização de ferramentas tecnológicas para formação permite, igualmente, que os formandos façam uma gestão individual do seu tempo de aprendizagem. Por meio da disponibilização de webinars gravados, por exemplo, as empresas garantem aos trabalhadores a oportunidade de aceder a estes recursos ao ritmo que lhes for mais conveniente.
Poupança de recursos
A implementação de formação digital facilita, também, uma contenção maior de custos. Dessa forma, as empresas podem prescindir, a título de exemplo, da reserva de espaços físicos para as sessões ou da alocação de formadores para diversos horários.
Interatividade
A transformação digital neste quadro fomenta a introdução de mais elementos colaborativos e imersivos nos percursos formativos. Algumas plataformas online possibilitam, por exemplo, a conversão de determinados módulos ou testes em jogos interativos. Além disso, a utilização de diferentes suportes — como vídeos, aplicações móveis de aprendizagem, salas virtuais de conversação ou redes sociais para trabalhos em grupo, entre outros — tornam a formação mais atrativa e dinâmica.
Potencialidades da inteligência artificial (IA)
As ferramentas de IA trazem, decerto, inúmeras vantagens neste campo. Uma delas é a possibilidade de criação de formações altamente personalizadas, através da definição de objetivos pessoais e do acompanhamento, em tempo real, da progressão do profissional.
Como planear, então, uma formação digital?
Para assegurar a eficaz implementação e otimização dos recursos digitais na formação profissional, importa seguir alguns passos fundamentais, a saber:
1. Avaliar as necessidades organizacionais
Dentro de qualquer organização, revela-se crucial definir quais são as necessidades de formação a resolver. Nesse sentido, os responsáveis de recursos humanos devem analisar as principais insuficiências dos profissionais, nomeadamente no que diz respeito à literacia digital, bem como às carências relativas a reskilling e upskilling.
2. Escolher a plataforma de formação adequada
A formação digital poderá recorrer, por exemplo, em plataformas de LMS (Learning Management Systems), como o Moodle, ou em plataformadas adaptativas de aprendizagem, como o Class Room. Acima de tudo, importa adequar a escolha das plataformas à natureza da formação e, claro, às necessidades e preferências dos formandos.
Vale a pena notar, ainda, que o recurso a estas ferramentas tecnológicas pode justificar-se tanto em formações à distância como nas presenciais.
3. Envolver toda a organização
Para que o processo de digitalização da formação se revele eficaz, é necessário garantir a adoção deste tipo de ferramentas nos mais diversos quadros da empresa. Desse modo, assegura-se a eliminação de eventuais disparidades na partilha de conhecimento e na atualização de competências.
4. Otimizar os percursos formativos
De modo que a formação digital se manifeste uma experiência útil, e devidamente valorizada pelos trabalhadores, deve garantir que:
- A administração mostra interesse e promove a formação contínua e ajustada às necessidades e aspirações de cada pessoa;
- As ferramentas utilizadas são intuitivas e interativas, aprofundando assim a atratividade dos conteúdos;
- Todos os trabalhadores têm um acesso equitativo à formação digital, tendo em consideração o seu nível de habilidade técnica ou os recursos de que dispõem.
5. Avaliar o impacto e analisar o feedback
A verificação do sucesso de qualquer formação, independentemente do seu grau de digitalização, é um passo imprescindível. Afinal, esta informação é valiosa para identificar áreas em que é preciso fazer melhorias e avaliar a eficácia dos programas de formação ou das ferramentas tecnológicas em utilização.
A formação digital é, sem dúvida, uma área indispensável para as empresas de hoje. Mais do que nunca, as organizações devem assegurar aos seus profissionais as competências necessárias para responder a um universo corporativo cada vez mais tecnológico e em constante evolução.
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