Afinal, qual será a influência da Inteligência Artificial na formação profissional?

Impacto da Inteligência Artificial na formação profissional

Estima-se que, até 2030, o mercado global de Inteligência Artificial (IA) experiencie um crescimento anual médio de 32,9%. Estes valores astronómicos espelham, sem dúvida, a relevância desta tecnologia no progresso económico, social e político. Mas, afinal, qual será a influência da Inteligência Artificial na formação profissional?

Além disso, de que modo podem as empresas e os trabalhadores preparar-se para esta revolução de paradigma? Ademais, como podem as ferramentas de IA revelar-se úteis no processo de aprendizagem?

 

O que é a Inteligência Artificial (IA)?

Antes de nos debruçarmos sobre o impacto da Inteligência Artificial na formação, importa perceber em que consiste esta tecnologia emergente. O Parlamento Europeu propõe uma definição, a saber:

A IA é a capacidade de uma máquina apresentar competências semelhantes às humanas, como raciocínio, aprendizagem, planeamento e criatividade. Permite que sistemas técnicos façam uma leitura do seu ambiente, processem essa perceção, resolvam problemas e atuem em prol de um objetivo específico.

Assim, o computador recebe dados — geralmente recolhidos por dispositivos próprios, como câmaras ou sensores —, processa-os e, por fim, responde em conformidade.

 

O início de uma nova era tecnológica

O interesse generalizado pela IA sofreu, recentemente, um ponto de viragem com o lançamento do chatbot ChatGPT. De acordo com o próprio, trata-se de “um modelo de linguagem de Inteligência Artificial generativa, capaz de gerar respostas coerentes em linguagem natural com base em entradas de texto”.

Segundo Filipe Santos, Diretor da Católica Lisbon School of Business & Economics, “foi a adoção mais rápida de qualquer tecnologia na história da humanidade. Em poucos meses, ( o ChatGPT ) chegou a 100 milhões de utilizadores”.

Na ótica deste especialista em Empreendedorismo Social, estas ferramentas “vieram para ficar”, apresentando já um impacto determinante nas dinâmicas do universo corporativo, por exemplo. A importância da Inteligência Artificial na formação profissional não é, decerto, alheia a este novo enquadramento.

 

 

Inteligência Artificial na formação profissional

O processo de aquisição de novas capacidades e ferramentas, ao longo da vida, revela-se imprescindível num mercado de trabalho marcado por transformações incessantes e elevada competitividade.

Portanto, reskilling upskilling — preparação dos recursos humanos para desempenharem novas funções e aprimoramento das suas competências, respetivamente — tornaram-se pilares fundamentais na sociedade contemporânea.

Mais do que uma mera obrigação legal, as organizações devem encarar a formação contínua dos seus quadros como um investimento em satisfação e motivação de equipas, assim como na progressão profissional dos trabalhadores.

Ora, perante as inevitáveis disrupções associadas às novas tecnologias (como a IA), esta aposta formativa tornou-se num elemento fulcral para o sucesso corporativo.

O envolvimento da Inteligência Artificial na formação profissional deve-se, sobretudo, a duas faces de uma moeda:

Formação em Inteligência Artificial:

Por um lado, importa garantir que os trabalhadores se mantêm atualizados relativamente a recursos tecnológicos emergentes, que moldarão, decerto, o futuro do mercado de trabalho, a curto e a médio prazo.

A IA ao serviço da formação:

Por outro lado, perante as inúmeras potencialidades pedagógicas das ferramentas de IA, esta tecnologia já começou a revolucionar a transmissão de conhecimento, tanto no meio empresarial como no académico.

A relevância da formação em IA

O impacto da Inteligência Artificial na formação e no mercado de trabalho será, sem dúvida, profundamente significativo. De acordo com um relatório do Brookings Institute, “muitas tarefas atualmente realizadas por humanos serão desempenhadas por robôs, num futuro próximo. Simultaneamente, surgirão novos cargos, com o progresso da tecnologia”.

Neste momento de transição, as empresas devem, acima de tudo, procurar capacitar os seus trabalhadores para a utilização destas ferramentas, potencializadas por machine learning e análise de dados. Desse modo, poderão integrar no quotidiano, recursos valiosos para simplificação e agilização de determinadas funções.

Nesse sentido, o estudo “Understanding the impact of Artificial Intelligence on skills development”, da UNESCO-UNEVOC, defende:

Com a caixa de ferramentas da Inteligência Artificial a tornar-se cada vez mais fácil de utilizar, o desafio deixou de se prender com problemas de computação para passar a relacionar-se, sobretudo, com capacidade de organização do conhecimento e imaginação.

O domínio destas ferramentas pode, portanto, tornar-se crucial no apoio à tomada de decisão e à análise de elevadas quantidades de dados (aumentando a segurança no trabalho, por exemplo).

Além disso, a formação em Inteligência Artificial — devidamente vocacionada para adaptação contínua e aplicação de soluções criativas — pode revelar-se valiosa no desenvolvimento de novos produtos, serviços e recursos.

Acima de tudo, a entrada da Inteligência Artificial nas empresas estimula a análise das suas vantagens e desvantagens e deve perspetivar-se como uma oportunidade de ampliação do potencial da criatividade humana, focada na abordagem cooperativa e simbiótica entre trabalhadores e máquinas.

 

3 vantagens da Inteligência Artificial ao serviço da formação profissional

O envolvimento da Inteligência Artificial na formação é, naturalmente, indissociável da evolução do modo de obter informação, aprender e aperfeiçoar competências. Os benefícios inerentes a estas ferramentas tecnológicas inovadoras revelam-se, pois, vastos. Relativamente ao impacto da Inteligência Artificial na formação profissional, destacamos potencialidades como, por exemplo:

1. Aprendizagem personalizada

As abordagens puramente standardizadas no ensino tornam-se, progressivamente, obsoletas. Todavia, pelo contrário, os algoritmos de Inteligência Artificial na formação profissional viabilizam uma análise completa do estilo de aprendizagem e das necessidades particulares de cada formando. Assim, o formador poderá personalizar a experiência de transmissão de conhecimento, adequando as metodologias e os materiais pedagógicos a cada trabalhador.

2. Análise de dados no local de trabalho

A IA pode também revelar-se fundamental para a análise do desempenho e da segurança de cada trabalhador. Por exemplo, os Equipamentos de Proteção Individual inteligentes, com sensores e módulos de transferência de dados, viabilizam a extração de informação valiosa, em tempo real. Desse modo, facilita-se o mapeamento preciso das carências a suprimir com formação profissional adicional. Similarmente, estas ferramentas de IA permitem medir a eficácia da aprendizagem, compreendendo a evolução dos padrões comportamentais, da tomada de decisão ou da aplicação de determinadas skills.

3. Formação mais humanizada

Ao contrário do que possa parecer, a aplicação da Inteligência Artificial na formação sublinha a importância central da interação humana e da troca de experiências no processo de aprendizagem. Afinal, graças ao fácil acesso à informação e a materiais de estudo, o formador deve, sobretudo, focar-se “na experiência plenamente humana da relevância dos conteúdos que está a transmitir”, como defende Marta Lince Faria, professora da AESE Business School.

Se a sua empresa pretende manter-se a par desta revolução tecnológica — inevitavelmente associada ao impacto da Inteligência Artificial na formação —, confie num parceiro de excelência. Na Centralmed, mantemos os olhos no futuro, com uma oferta de formação profissional ampla e em constante atualização. Contacte-nos!

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