As doenças ocupacionais de cunho psicológico podem, inegavelmente, afetar todos os trabalhadores — sem exceção. No entanto, revelam uma particular incidência entre pessoas que, em virtude das suas características identitárias, estão mais vulneráveis a episódios de discriminação. Os fatores de proteção da saúde mental nas empresas devem, portanto, equacionar as necessidades especiais destas pessoas, promovendo a inclusão.
As lideranças assumem, neste quadro, uma particular responsabilidade no combate à discriminação, ao preconceito e às microagressões que ocorrem, frequentemente, no âmbito laboral. Mas que estratégias adotar para garantir uma abordagem preventiva a estes problemas? E qual deve ser o papel da medicina do trabalho e dos fatores de proteção da saúde mental?
Antes de mais, o que é a diversidade no local de trabalho?
Nos últimos anos, a ideia de “diversidade” conquistou uma relevância crescente nas agendas política, social, mediática e, claro, corporativa. Afinal, são muitas (sempre demasiadas) as pessoas que continuam a sofrer discriminação diariamente, em virtude de fatores como, por exemplo, o credo religioso ou o grau de incapacidade (motora ou mental).
De acordo com um artigo da Forbes, intitulado “7 ways to promote mental health as part of diversity”, o conceito “diversidade” pode perspetivar-se do seguinte modo:
Diz respeito tanto às diferenças quanto às semelhanças. A diversidade abrange raça, etnia, género (incluindo não-binário), idade (existem, em simultâneo, seis gerações nos EUA) e deficiências. Inclui, ainda, orientação sexual, educação, status socioeconómico, estilos de comunicação e aprendizagem, diversidade de pensamentos — e a lista continua.
Naturalmente, as atitudes discriminatórias que afetam estes grupos identitários verificam-se, também, nos locais de trabalho. Este é, por isso, um assunto premente em todas as organizações, que deve ser enquadrado na elaboração das medidas respeitantes aos fatores de proteção da saúde mental.
Mas qual é a ligação entre diversidade e saúde mental?
Ainda que seja, muitas vezes, negligenciado, existe um vínculo muito estreito entre saúde mental e diversidade no local de trabalho. Pessoas tipicamente marginalizadas e oprimidas apresentam, então, maior probabilidade de enfrentar problemas como:
- Situações de assédio;
- Stress crónico e ansiedade;
- Depressão;
- Trauma;
- Sentimentos de impotência e falta de autoestima;
- Ideação suicida.
Esta é, por isso, uma questão intimamente associada às condições de equilíbrio e bem-estar dos trabalhadores. Aliás, esta problemática assume, por vezes, os contornos de um círculo vicioso: a marginalização pode originar problemas de índole psicológica; por sua vez, as manifestações deste tipo de desequilíbrio são, igualmente, alvo de discriminação social. Mas como quebrar esta sequência nefasta?
Os fatores de proteção da saúde mental e a criação de ambientes de trabalho mais inclusivos
Priorizar os fatores de proteção da saúde mental nas empresas é, portanto, crucial para:
- Por um lado, salvaguardar a saúde e a segurança de todos os trabalhadores;
- E, por outro, reunir as condições basilares para assegurar, a longo prazo, a prosperidade de qualquer negócio.
Pois bem, a efetiva implementação de políticas de suporte à inclusão, à diversidade e à equidade no contexto laboral desempenha, aqui, um papel indispensável. São, aliás, múltiplos os estudos que o atestam.
A título de exemplo, de acordo com o “2023 Mental Health at Work Report”, da Mind Share Partners, as pessoas pertencentes a grupos de identidade marginalizados enfrentam desafios desproporcionais no que concerne à saúde mental no trabalho. Os piores resultados, neste âmbito, verificaram-se entre as mulheres, os membros da geração Z, as pessoas que sofrem de racismo e a comunidade LGBTQ+.
Porém, o estudo indica que os investimentos organizacionais em DEI (sigla para “diversidade, equidade e inclusão”) têm um impacto muito significativo enquanto fatores de proteção da saúde mental. Fomentam, pois, um substancial incremento nos índices de envolvimento, satisfação e bem-estar no trabalho.
Qual é a importância da saúde ocupacional numa cultura de inclusão?
Hoje, os fatores de proteção da saúde mental — com foco no respeito pela diversidade — são, sem dúvida, determinantes para qualquer organização. Todavia, importa sublinhar que a resposta a esta exigência deve, impreterivelmente, passar pelo acompanhamento próximo, e especializado, da saúde ocupacional.
Afinal, os profissionais de saúde ocupacional dispõem das ferramentas necessárias para:
- Avaliar as condições de bem-estar dos trabalhadores pertencentes a grupos tipicamente marginalizados;
- Identificar fatores de risco psicossocial que possam revelar-se nefastos para a saúde mental destas pessoas;
- Implementar programas de formação, informação e sensibilização (incluindo sempre as chefias) para esta problemática;
- Monitorizar a eficácia das políticas e dos fatores de proteção da saúde mental no trabalho;
- Oferecer apoio em casos de assédio, discriminação e stress ocupacional;
- Recomendar ajustes no ambiente de trabalho para apoiar a inclusão e equidade.
Assim, se pretende investir nos fatores de proteção da saúde mental, garantindo a efetiva promoção da diversidade e do bem-estar — um ativo cada vez mais indispensável para os negócios —, conte com parceiros de confiança. Conheça, então, o alargado leque de serviços de Medicina do Trabalho da Centralmed, pautados pela excelência e pela proximidade!