No contexto atual, a promoção da diversidade no local de trabalho tornou-se, sem dúvida, num desafio incontornável para as empresas. Trata-se, antes de mais, de um dever ético. Afinal, todas as pessoas devem ter acesso às mesmas oportunidades no mercado de trabalho, independentemente da origem étnica, do género, da nacionalidade, da religião, da orientação sexual ou de problemas de saúde e deficiências.
Mas não se fica por aí. A diversidade nas empresas é, também, uma importante fonte de valor. Aliás, quando acompanhada de uma cultura organizacional globalmente comprometida com esta missão — bem como de formação profissional orientada para estas temáticas —, a diversidade no local de trabalho traduz-se em mais criatividade e rentabilidade.
Qual é a importância da diversidade no local de trabalho?
No documento intitulado “Transforming enterprises through diversity and inclusion”, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) defende:
A diversidade de trabalhadores, aliada a uma cultura organizacional aberta e inclusiva, traz às empresas novas perspetivas e ideias, tornando-as assim mais inovadoras, produtivas e resilientes. Desse modo, o poder da diversidade e inclusão (D&I) é, hoje, encarado não só como uma questão moral, ou de recursos humanos, mas também enquanto ativo estratégico.
Ainda que este propósito de integração figure, atualmente, como prioritário na agenda de várias organizações, há um longo caminho por percorrer.
As principais vantagens da diversidade no ambiente de trabalho
A diversificação dos quadros de uma empresa acarreta, portanto, um conjunto amplo de benefícios. As organizações que fazem um investimento sólido na integração apresentam uma performance superior em diversas dimensões, a saber:
- Criatividade e inovação — diferentes pontos de vista e backgrounds culturais constituem fontes inigualáveis de novas ideias, que podem revelar-se cruciais para o futuro do negócio ou das dinâmicas internas, por exemplo;
- Capacidade para atrair e fidelizar talento — a aposta na diversidade de perfis é, hoje, crucial para a edificação de uma boa reputação enquanto empregador. Além disso, as políticas ativas de inclusão demonstram o empenho da organização no combate à discriminação, espelhando-se nas taxas de retenção de talento;
- Satisfação dos clientes — o capital reputacional associado à promoção da diversidade no local de trabalho pode refletir-se, ainda, numa competência superior para cativar a lealdade dos consumidores e demais stakeholders;
- Produtividade — a cimentação de uma cultura organizacional inclusiva, segura e respeitadora conduz, decerto, a um reforço substancial da cooperação entre equipas, do bem-estar de todos os trabalhadores e das relações com clientes. De acordo com a McKinsey, este investimento traduz-se num desempenho até 25% superior, comparativamente às empresas que desvalorizam a diversidade no local de trabalho.
Qual deve ser o papel da formação na promoção da diversidade no trabalho?
A diversidade no local de trabalho — e, sobretudo, a implementação de uma atmosfera verdadeiramente inclusiva — exige um processo de planeamento, organização e cooperação global, dentro da organização. Com efeito, a Harvard Business Review, citada pela Forbes, elenca um conjunto de seis objetivos basilares a considerar neste plano:
- Assegurar que todas as pessoas têm voz na organização;
- Criar uma atmosfera que permita a todos os trabalhadores sentir segurança e abertura para a partilha de ideias;
- Oferecer às equipas a capacidade de tomar decisões;
- Reconhecer a contribuição de todos para o sucesso organizacional;
- Adotar as práticas adequadas de fornecimento de feedback;
- Colocar em prática as ideias e o feedback dos membros das equipas.
Inegavelmente, a formação profissional orientada para as soft skills deve desempenhar um papel central nesta área. Afinal, a diversidade, a multiculturalidade, a equidade e a inclusão não se cumprem com a chegada a determinadas metas percentuais. É um processo contínuo, que exige a assimilação de um conjunto de princípios e de ferramentas cruciais para combater a discriminação ou microagressões, por exemplo.
Formação e diversidade: um investimento incontornável
A aposta na diversidade no local de trabalho tem, portanto, de alicerçar-se num plano formativo capaz de construir e consolidar um ambiente inclusivo e seguro. São várias as vantagens decorrentes desta estratégia, por exemplo:
- Combate à discriminação — são muitas as pessoas que continuam a sentir-se inseguras no seu dia a dia, atendendo a características como o género, a orientação sexual, a origem étnica, a crença religiosa ou incapacidades físicas e mentais. A formação focada nestes tópicos promove uma atmosfera mais segura e respeitadora para todos e dota os trabalhadores de ferramentas de denúncia;
- Aprofundamento da inteligência emocional — a compreensão e gestão das emoções, assim como a empatia e abertura ao outro, constituem dimensões fulcrais de um curso de desenvolvimento pessoal. Além disso, são fatores decisivos para a diversidade no local de trabalho, determinantes na resolução de problemas e conflitos;
- Incremento da confiança — a formação profissional orientada para a diversidade, a inclusão e a equidade é um alicerce importante para a confiança de cada trabalhador na empresa e na sua equipa. Este fator comporta, pois, um aprimoramento do trabalho de equipa, dos fluxos comunicacionais e da predisposição para a cooperação entre colegas;
- Proteção da saúde mental — as empresas que têm o respeito mútuo e a diversidade como princípios norteadores têm, sem dúvida, mais ferramentas para combater o stress ocupacional, o burnout ou a falta de motivação.
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