4 passos para elaborar um plano HACCP eficaz para empresas de suplementos alimentares

Que fatores considerar num plano HACCP para empresas de suplementos alimentares​? 

A consciencialização dos consumidores para temáticas centrais como o cultivo do bem-estar ou a importância da saúde preventiva, por exemplo, encerra um conjunto amplo de oportunidades para as empresas de suplementos alimentares. Com efeito, este mercado tem vindo a crescer de forma exponencial — fenómeno que, embora promissor, apresenta novos desafios no domínio da segurança alimentar. 

Afinal, estamos perante produtos que contêm substâncias ativas com impacto na saúde humana, podendo, em casos extremos, representar riscos sérios para a integridade dos consumidores. Nesse sentido, a criação e implementação de um plano HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points), adaptado às empresas de suplementos alimentares, emerge como uma exigência estratégica incontornável.  

 

Qual a importância do HACCP no setor dos suplementos alimentares? 

O sistema HACCP constitui, hoje, um alicerce central da segurança alimentar, focado na prevenção ativa de riscos ao longo de toda a cadeia de abastecimento. Baseia-se em sete princípios-chave, que abrangem aspetos como a identificação de pontos críticos de controlo, a definição de limites seguros ou a monitorização contínua da qualidade dos produtos. 

Pois bem, no caso das empresas de suplementos alimentares, a adoção de um plano HACCP robusto assume uma relevância estratégica crescente. Por um lado, responde à evolução do quadro regulatório — cada vez mais exigente — deste setor, tanto do ponto de vista nacional como europeu. Por outro, funciona como fator distintivo num mercado altamente concorrencial, em que a qualidade e a transparência se revelam determinantes. 

Importa frisar, portanto, que os produtos desta indústria podem conter compostos bioativos, extratos vegetais, probióticos e outras substâncias de origem complexa. Nesse sentido, a implementação rigorosa e adequada de um plano HACCP oferece uma estrutura eficaz para garantir que todos os lotes cumprem os critérios de segurança e conformidade indicados. 

Trata-se, assim, de um instrumento essencial para proteger a saúde pública, consolidar a confiança dos consumidores e assegurar o crescimento sustentável do negócio, a médio e longo prazo. 

 

Quais são os fatores de risco que as empresas de suplementos alimentares devem equacionar? 

A aplicação do sistema HACCP na indústria dos suplementos alimentares exige, decerto, um olhar atento às dinâmicas particulares deste segmento. Afinal, estes produtos tendem a envolver matérias-primas de origem natural, processos produtivos e laboratoriais complexos, e cadeias de abastecimento longas. 

Lembre-se: os riscos para a saúde pública, neste quadro desafiante, não se esgotam nos casos de incumprimento legal. Muitas vezes, têm origem em contextos de negligência involuntária, em erros no rastreamento dos produtos ou em fragilidades no controlo da qualidade. Considere, pois, algumas das principais ameaças a considerar nas empresas de suplementos alimentares:  

Contaminação microbiológica e química 

Produtos que contenham microrganismos patogénicos (caso da Salmonella ou da Escherichia coli), resíduos de pesticidas ou metais pesados (como chumbo, mercúrio ou arsénio), por exemplo, representam uma ameaça nefasta para a saúde pública. Estes perigos podem ter origem na produção agrícola, na extração de compostos, no manuseamento dos ingredientes ou ainda em falhas nas condições de armazenamento. 

A sistemática monitorização laboratorial destes indicadores desempenha, por isso, um papel crucial para a segurança alimentar nas empresas de suplementos alimentares. 

Riscos físicos e logísticos 

Corpos estranhos (fragmentos de plástico, vidro ou metal), falhas nas condições de conservação e erros na selagem de embalagens, ou até na sua rotulagem, são perigos frequentemente subvalorizados pelas empresas de suplementos alimentares. No entanto, têm impacto direto na segurança e na integridade do produto final.  

Adulterações e erros na cadeia 

Adulterações, substituições não declaradas de ingredientes ou desvios nas concentrações de compostos ativos representam, sem dúvida, riscos críticos para este setor. Embora algumas destas ocorrências possam resultar de erros involuntários na cadeia de abastecimento, outras configuram práticas fraudulentas, regularmente motivadas por pressões comerciais ou por uma fraca rastreabilidade da origem dos ingredientes, a título ilustrativo. 

Nestes casos, a ausência de um plano HACCP compromete a deteção precoce destas não conformidades, expondo as empresas de suplementos alimentares a riscos significativos do ponto de vista sanitário, legal e reputacional. 

 

4 passos para elaborar um plano HACCP eficaz para empresas de suplementos alimentares

Como elaborar um plano HACCP eficaz para empresas de suplementos alimentares? 

A implementação dos sete princípios HACCP, devidamente ajustados às especificidades do setor, exige uma estratégia multidisciplinar e, acima de tudo, orientada para a prevenção sistemática. Assim, elencamos quatro passos essenciais para a estruturação de um plano HACCP eficaz neste contexto: 

1. Contar com uma equipa multidisciplinar e especializada 

O desenvolvimento de um plano eficaz e adequado às necessidades das empresas de suplementos alimentares implica, decerto, uma equipa com competências em áreas como microbiologia, produção, compliance ou controlo de qualidade. Só desse modo se poderá garantir uma abordagem estrutural e segura aos riscos da cadeia. 

2. Caracterizar o produto, o uso previsto e o perfil do consumidor 

Antes de avançar para a análise de riscos, é fundamental proceder a uma caracterização detalhada do produto e da sua utilização. Afinal, este enquadramento inicial é decisivo para a compreensão do nível de exposição e de vulnerabilidade dos consumidores finais. Esta caracterização deve contemplar, pelo menos, os seguintes aspetos: 

  • A composição do suplemento (ingredientes ativos, excipientes, possíveis alergénios, etc.); 
  • O modo de consumo e as condições de conservação; 
  • O perfil dos consumidores-alvo (pode incluir grávidas, idosos, atletas ou pessoas imunocomprometidas, por exemplo).

 

3: Elaborar um fluxograma e identificar pontos de controlo 

O mapeamento detalhado de todos os processos da cadeia — da receção das matérias-primas à expedição do produto — é essencial para as empresas de suplementos alimentares. Esta representação gráfica detalhada permite compreender, de forma estruturada, como, onde e quando podem surgir perigos ao longo do processo.  

Com base nesta análise, torna-se possível identificar os Pontos Críticos de Controlo (PCC) — ou seja, as etapas em que o controlo é indispensável para prevenir, eliminar ou reduzir riscos inaceitáveis. 

Por exemplo, a secagem de extratos vegetais, a filtração de líquidos, a encapsulação de probióticos ou a homogeneização de misturas em pó podem ser fases críticas que exigem monitorização constante. Nestes casos, devem definir-se limites claros e mensuráveis, com base nos dados científicos, nas regulamentações vigentes e nas boas práticas da indústria.  

4: Estabelecer um sistema de monitorização e verificação 

A eficácia de qualquer plano HACCP depende da consistência e do rigor com que os procedimentos se aplicam no terreno. Por isso, é essencial definir métodos de monitorização específicos para cada PCC, bem como ações corretivas a aplicar sempre que se verifique um desvio. 

Adicionalmente, importa que as empresas de suplementos alimentares adotem mecanismos de verificação interna periódica, assegurando a eficácia e atualização deste sistema. 

 

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