Doenças transmitidas por alimentos (DTA): como prevenir?

Cerca de 90% das doenças transmitidas por alimentos (DTA) derivam de perigos biológicos, principalmente microrganismos como bactérias, vírus e parasitas. Estes dados, da ASAE, tornam-se mais evidentes quando atentamos noutro facto: existem mais de 250 tipos de microrganismos provocadores de doenças transmitidas por alimentos, com diversos graus de perigo e prevalência.

Ora, a contaminação direta e indireta de alimentos deriva de hábitos de higiene incorretos ao longo do processo de armazenamento, preparação, confeção ou distribuição, por exemplo. A ingestão de alimentos contaminados coloca-nos em risco de desenvolver doenças alimentares potencialmente graves e frequentemente associadas a distúrbios no sistema digestivo (gastroenterite), mas não só.

Descubra, neste artigo, como salvaguardar a segurança alimentar numa empresa, protegendo clientes e trabalhadores das doenças transmitidas por alimentos.

Quais são, então, as principais doenças transmitidas por alimentos contaminados?

Existem inúmeras doenças transmitidas por alimentos a considerar como perigos para a segurança alimentar. A sua incidência altera-se consoante a localização geográfica, claro, mas também conforme a época histórica.

Por exemplo, há um século, a febre tifoide, a tuberculose e a cólera constituíam doenças transmitidas por alimentos muito frequentes. Contudo, a introdução de medidas de higiene e segurança alimentar na conservação, confeção e na manipulação dos alimentos permitiu controlá-las. Entre essas estratégias de prevenção de DTA encontramos: pasteurização do leite, criação de conservas seguras e desinfeção da água.

Todavia, novos microrganismos patogénicos e contaminantes alimentares continuam a surgir e a conquistar terreno todos os anos, devido a alterações ambientais, a transformações nos hábitos de consumo e à facilidade de deslocação entre vários pontos do mundo.

Entre as principais doenças transmitidas por alimentos, destacamos:

Salmonelose

A bactéria Salmonella surge frequentemente em ovos, carne de aves, leite e derivados. Provoca salmonelose, ou seja, infeção por Salmonella, podem ser causa de diferentes sintomas e ser origem de várias doenças, tais como:

Febre entérica/febre tifoide

Provoca sintomas como perda de força, enxaqueca, febre elevada e persistente, dores abdominais e musculares. Além disso, carece de antibióticos e repouso prolongado.

Enterocolite

Apresenta sintomas habituais numa gastroenterite, como, por exemplo, vómitos, diarreia, febre, náuseas e dores abdominais, que desaparecem após 2-5 dias.

Bacteremia

Por vezes, as infeções por Salmonella tornam-se sistémicas e agravam condições crónicas, tal como a artrite reativa.

Campilobacteriose

A bactéria Campylobacter jejuni prolifera no leite, em queijos, gelados e água não tratada, provocando campilobacteriose, isto é, infeção por Campylobacter. Os seus sintomas envolvem, assim, dores abdominais, febre, diarreia e vómitos.

Listeriose

Resulta, então, de uma infeção provocada pela bactéria Listeria monocytogenes. Esta bactéria contamina, principalmente, carne crua de vaca, porco ou aves, peixe, crustáceos, marisco ou moluscos, leite e derivados não pasteurizados, frutas e vegetais crus ou mal lavados.

Tal como a generalidade das doenças transmitidas por alimentos, tem como sintomas febre, calafrios, náuseas, vómitos, diarreia e dores musculares, que duram entre 5 e 10 dias.

Infeção por Escherichia coli

As infeções pela bactéria Escherichia coli afetam, principalmente, o intestino e causam dor abdominal, diarreia constante, sangue nas fezes e febre baixa. Além de gastroenterite, também pode provocar infeções urinárias ou meningite, por exemplo.

Infeção por rotavírus

O rotavírus contamina água, salada e fruta, provocando sintomas como febre, vómitos, diarreia aquosa e consequente desidratação. No entanto, ao contrário de outras doenças transmitidas por alimentos, existe vacina contra a gastroenterite por rotavírus.

Hepatite A

A hepatite A deriva do vírus VHA, que surge no peixe, no marisco, em vegetais, na água, na fruta e no leite. Consiste, então, numa infeção aguda do fígado, altamente contagiosa. Provoca, portanto, febre, náuseas, vómitos, dor abdominal, fadiga, perda de apetite, urina escura, fezes esbranquiçadas e icterícia.

Giardíase

Esta infeção intestinal, provocada pelo parasita Giardia, ocorre aquando do consumo de água, peixe, marisco, vegetais, fruta e leite contaminados. Consiste numa das doenças transmitidas por alimentos potencialmente assintomáticas ou, então, causadoras de diarreia aguda, dor abdominal, náuseas, flatulência e desidratação. Estes sintomas tendem a durar duas a quatro semanas.

Caso a giardíase se torne crónica, causa distensão abdominal, anorexia, fadiga, perda de peso, má-absorção e anemia.

 

Boas práticas de higiene e segurança alimentar para evitar doenças transmitidas por alimentos

As doenças transmitidas por alimentos revelam-se, sem dúvida, um perigo incontornável para a saúde pública, mas não só. Trata-se, também, de um grande risco para o capital reputacional de qualquer empresa que opere na indústria alimentar ou na restauração.

Portanto, se pretende salvaguardar a segurança alimentar na sua organização, protegendo trabalhadores e clientes, deverá implementar um adequado sistema de HACCP e como tal, um conjunto amplo de medidas de prevenção das DTA, como sugere a página do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Elencamos, pois, alguns exemplos:

  • Evitar a contaminação cruzada (principalmente o contacto entre alimentos crus e cozinhados);
  • Controlar a temperatura de armazenamento de cada produto alimentar, mantendo a refrigeração constante nos frigoríficos e congeladores;
  • Cozinhar bem os ovos e a carne, principalmente de aves;
  • Favorecer o consumo célere dos alimentos após a sua confeção;
  • Providenciar apenas água potável ou engarrafada;
  • Nunca utilizar leite não pasteurizado e derivados ou água não tratada;
  • Evitar a ingestão de alimentos mal conservados ou crus de origem animal;
  • Descascar e lavar cuidadosamente a fruta e os vegetais;
  • Reforçar a higiene das mãos, com sabão e água corrente, antes, durante e após a manipulação de alimentos;
  • Limpar profundamente as superfícies, os equipamentos e os utensílios que contactam com alimentos;
  • Promover ações de formação sobre os perigos das doenças transmitidas por alimentos e cursos de higiene e segurança alimentar.

 

Se pretende evitar a propagação de doenças transmitidas por alimentos na sua empresa, então conte com o apoio da equipa de especialistas em segurança alimentar da Centralmed. Contacte-nos!

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