Descubra a prevalência da obesidade em Portugal, na Europa e no mundo.

Combater a obesidade em Portugal: proteção da saúde

Na atualidade, a prevalência da obesidade em Portugal associa-se, sobretudo, à abundância de alimentos processados e à redução da atividade física. Além disso, o excesso de peso revela-se difícil de reverter, o que torna urgente a aposta na sua prevenção, promovendo hábitos saudáveis, mesmo no local de trabalho. Descubra, então, as causas e as consequências da obesidade e como a prevenir.

 

O que é a obesidade?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade consiste numa doença crónica de origem multifatorial, associada a doenças crónico-degenerativas. Ademais, caracteriza-se pela acumulação excessiva de gordura corporal, que penaliza a saúde. A obesidade constitui, certamente, um grave problema de saúde pública, incrementando o risco de desenvolvimento e agravamento de outras doenças.

 

Prevalência da obesidade em Portugal, na Europa e no mundo

Os dados relativos à obesidade revelam-se preocupantes, pois a tendência é crescente.

 

 

Como calcular e classificar os graus de obesidade?

Para medir a obesidade, utiliza-se, então:

  • Índice de Massa Corporal (IMC) — IMC = [Peso (kg)] / [Altura (m)]2;
  • Perímetro Abdominal (PA) — centímetros de cintura.

 

Também se pode recorrer à bioimpedância, para avaliação da composição corporal.

O perímetro abdominal encontra-se, assim, associado ao risco de desenvolvimento de doenças metabólicas:

 

 

Quais são os tipos de obesidade?

Encontramos variação nas pessoas obesas em aspetos como, por exemplo:

  • Quantidade de gordura armazenada;
  • Distribuição da gordura no corpo;
  • Composição corporal (para o mesmo peso e a mesma altura, divergência na proporção de massa gorda e magra — ou seja, músculo, ossos e água).

 

A análise da distribuição da gordura corporal revela-se vital, pois os doentes obesos com excesso de gordura abdominal (obesidade abdominal) apresentam um risco superior de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, metabólicas e endócrinas. Similarmente, a composição corporal torna-se relevante: quanto maior for a proporção de massa gorda, maiores os riscos para a saúde.

A OMS criou, portanto, a seguinte classificação para adultos:

Contudo, importa reiterar que o IMC apresenta limitações, pois não tem em conta a distribuição da gordura no corpo e a composição corporal.

 

Quais são as causas da obesidade em Portugal?

Em suma, a obesidade nasce de um balanço energético positivo, isto é, de mais calorias ingeridas do que despendidas, num longo período. Por conseguinte, as calorias em excesso armazenam-se no organismo sob a forma de gordura.

Desse modo, devemos ter em consideração a equação relativa ao balanço energético:

Energia armazenada em gordura = Energia ingerida – Energia despendida

Inegavelmente, vários aspetos concorrem para este desequilíbrio energético do organismo. Portanto, a obesidade não resulta de indisciplina ou indolência. Revela-se crucial compreender este facto, para assim reduzir o estigma associado ao doente obeso.

Mesmo adotando um estilo de vida saudável, torna-se difícil conquistar uma perda de peso significativa em indivíduos com obesidade. Isto porque, quando o organismo deteta perda de energia, o seu ritmo metabólico diminui, através de processos fisiológicos inconscientes.

De facto, os hábitos alimentares e a atividade física desadequados influenciam o balanço energético, mas não são as únicas causas da obesidade. Todavia, em intervenções terapêuticas convencionais, não é possível modificar os complexos processos fisiológicos, apenas o estilo de vida.
As causas da obesidade e os fatores de risco incluem, por exemplo:

  • Alimentação desequilibrada;
  • Sedentarismo;
  • Rotina de sono desajustada;
  • Causas genéticas (isto é, predisposição para redução do metabolismo e perturbações no controlo do apetite e da saciedade);
  • Causas ambientais (más condições de vida);
  • Cessação tabágica;
  • Doenças como a de Cushing (distúrbio hormonal), hipotiroidismo e tumores do hipotálamo;
  • Toma de medicamentos como corticoides, antidepressivos, contracetivos com esteroides e insulina, por exemplo;
  • Redução forçada da atividade física (ex-atletas ou condicionamento da mobilidade após acidente);
  • Gravidez.

 

Além disso, a suscetibilidade para a obesidade é superior no sexo feminino e cresce com a idade, pois o dispêndio de energia cai.

Quais são as consequências da obesidade para a saúde?

Segundo o Serviço Nacional de Saúde (SNS), a obesidade em Portugal associa-se, então, ao desenvolvimento de:

  • Doenças respiratórias, como a apneia obstrutiva do sono;
  • Complicações associadas a infeções respiratórias virais, como, por exemplo, gripe e COVID-19;
  • Diabetes do tipo 2;
  • Doenças cardiovasculares, como, por exemplo, AVC, insuficiência cardíaca, dislipidemia, hipertensão arterial, fibrilhação auricular e trombose venosa;
  • Fígado gordo;
  • Doença renal crónica, pedra nos rins e incontinência urinária;
  • Doenças gastrointestinais;
  • Infertilidade;
  • Doenças musculoesqueléticas, como, por exemplo, osteoartrite e gota;
  • Doenças oncológicas, nomeadamente cancro da mama, do pâncreas e colorretal;
  • Alterações psicológicas e neurodegenerativas, incluindo ansiedade, depressão e demência.

 

Como combater a obesidade em Portugal?

Para prevenir a obesidade em Portugal deve-se, decerto, controlar o peso, mediante aconselhamento médico. As estratégias de perda de peso adotadas devem ser equilibradas e constantes, focando-se na redução de fatores de risco como, por exemplo, o sedentarismo e a alimentação pouco saudável.

Portanto, as empresas têm um papel crucial neste âmbito. Devem, assim, fomentar o exercício físico e a alimentação saudável, investir na Medicina do Trabalho e em formações que sensibilizem os trabalhadores para os perigos da obesidade e para a adoção de estilos de vida adequados.
Alguns hábitos saudáveis a adotar incluem, por exemplo:

  • Ingerir menos calorias do que as gastas na atividade diária;
  • Evitar gorduras, açúcares, álcool e alimentos processados;
  • Consumir mais fruta, vegetais e água;
  • Realizar refeições regulares, repartidas ao longo do dia, e mastigar lentamente;
  • Praticar atividade física regularmente.

 

A perda do peso excessivo permite conquistar, inegavelmente, uma significativa melhoria da qualidade de vida. Igualmente, os níveis de energia, autoestima e mobilidade crescem, enquanto as dores e o risco de desenvolvimento de doenças neurodegenerativas caem.

Quanto aos tratamentos para a obesidade, destacam-se, assim, a medicação, os procedimentos endoscópicos (balão intragástrico) ou a cirurgia (banda gástrica), mediante aconselhamento médico.

Se procura zelar pela saúde dos seus trabalhadores e combater a obesidade em Portugal, conte então com o apoio da equipa de especialistas da Centralmed. Consulte os nossos serviços de Medicina do Trabalho.

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