Perguntas e respostas: como avaliar e melhorar a qualidade do ar interior nas empresas?

Perguntas e respostas: como avaliar a qualidade do ar interior e qual a importância deste indicador? 

De acordo com a página do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, o ser humano passa cerca de 80% do seu tempo em espaços fechados. Com efeito, a qualidade do ar interior (QAI) apresenta um impacto muito significativo no nosso bem-estar. Trata-se, por isso, de um fator incontornável para a saúde e segurança dos trabalhadores, exigindo uma abordagem proativa e preventiva por parte de todas as organizações.  

Neste guia de perguntas e respostas, procuramos esclarecer as principais dúvidas em relação a esta problemática, explorando, ainda, as melhores práticas a adotar para otimizar e avaliar a qualidade do ar interior nas empresas.  

Primeiramente, o que é a qualidade do ar interior? 

Segundo a norte-americana Occupational Safety and Health Administration (OSHA), este conceito refere-se, então: 

À forma como o ar no interior de um espaço pode afetar a saúde, o conforto e a produtividade de uma pessoa. Pode incluir fatores como temperatura, humidade, condições de ventilação ou presença de bolor, devido a danos causados pela água ou à exposição a outras substâncias químicas.

Em suma, a qualidade do ar interior diz respeito à limpeza e frescura do ar num determinado espaço fechado.  

Mas o que caracteriza um ar interior de qualidade? 

Para assegurar uma boa QAI, devem verificar-se algumas condições basilares, a saber: 

Baixa concentração de poluentes

Avaliação da presença de gases tóxicos, partículas finas ou compostos orgânicos voláteis.

Adequada renovação do ar

Eficiência da ventilação do espaço, imprescindível para combater a acumulação de dióxido de carbono (CO₂) e de outros contaminantes.

Níveis de temperatura e humidade

O controlo destes parâmetros é essencial para combater a proliferação de fungos, ácaros ou bactérias.

Ausência de odores desagradáveis

A presença de cheiros intensos e persistentes pode ser um indício de contaminação química ou microbiológica. 

Quais são os principais poluentes que afetam a qualidade do ar interior? 

Este problema, que afeta muitas organizações, pode ter origem num conjunto muito amplo de fontes. Incluem-se, aqui, materiais de construção, equipamentos de climatização, produtos de limpeza ou, até, a própria presença de ocupantes, por exemplo. 

Entre os principais poluentes a equacionar, neste quadro, podemos então destacar:  

  • CO — a sua presença em níveis elevados pode indicar a inadequação da estrutura de ventilação. Causa, assim, fadiga, dores de cabeça e dificuldades de concentração; 
  • Compostos orgânicos voláteis (COV) — estas substâncias têm origem em tintas, colas, produtos de limpeza ou certos materiais de mobiliário. Podem desencadear irritações respiratórias e reações alérgicas; 
  • Fungos e bactérias — desenvolvem-se em ambientes húmidos e com condições inadequadas de ventilação. A exposição a médio e longo prazo provoca infeções e alergias
  • Fumos de combustão — englobam-se, neste âmbito, substâncias como o monóxido de carbono e o dióxido de azoto. Resultam da queima de combustíveis fósseis e revelam-se, sem dúvida, altamente tóxicos; 
  • Radãogás radioativo natural que se infiltra em edifícios a partir do solo. Acarreta consequências nefastas, entre as quais, o incremento do risco de desenvolvimento de cancro do pulmão; 
  • Partículas finas (PM10 e PM2.5) — proveem da combustão, das poeiras ou dos sistemas de ventilação (quando se verifica um incumprimento das normas de manutenção). Podem causar doenças respiratórias.

 

Por conseguinte, os problemas na qualidade do ar interior têm um impacto muito significativo nas funções cognitivas dos profissionais. Podem, assim, gerar ansiedade e prejudicar os níveis de produtividade, de concentração e de motivação no trabalho. 

O que diz a legislação portuguesa sobre qualidade do ar interior? 

A QAI em edifícios de comércio e serviços encontra-se regulada no quadro legislativo europeu e português, nomeadamente, pelo Decreto-Lei n.º 101-D/2020, de 7 de dezembro, e suas alterações e pela Portaria n.º 138-G/2021. Estes diplomas estabelecem condições de referência e requisitos para a monitorização e fiscalização da qualidade do ar interior, incluindo a metodologia para a medição dos poluentes. 

Determinam, ainda, a obrigatoriedade da realização de uma Avaliação Simplificada Anual (ASA) para a verificação da conformidade dos requisitos relacionados com a qualidade do ar que respiramos em certos edifícios de comércio e serviços. Por fim, fixam valores mínimos de caudal de ar novo por espaço e estabelecem limiares de proteção para os poluentes do ar interior.  

 

Perguntas e respostas: como avaliar e melhorar a qualidade do ar interior nas empresas?

Como podem as empresas garantir uma boa QAI? 

Melhorar a qualidade do ar interior em edifícios de escritórios e serviços revela-se, portanto, uma necessidade premente para muitas organizações. Afinal, esta é uma condição de bem-estar e segurança indispensável. Ademais, esta aposta espelha-se na otimização dos níveis de produtividade e de satisfação no contexto laboral.  

Para isso, é crucial adotar estratégias estruturadas de segurança e saúde no trabalho (SST), com uma abordagem integrada: da contínua avaliação do ar à implementação de medidas preventivas eficazes.  

Como avaliar, monitorizar e otimizar este indicador? 

Primeiramente, devemos sublinhar que a constante monitorização da qualidade do ar interior é indispensável para detetar problemas e potenciais ameaças para a saúde dos ocupantes do edifício. Para isso, podem equacionar-se diversas técnicas de avaliação, por exemplo: 

  • Sensores de CO e de partículas especializados; 
  • Análises laboratoriais de amostras de ar (essenciais para detetar contaminantes químicos e microbiológicos, caso de formaldeído, COV, fungos e bactérias); 
  • Auditorias ambientais e técnicas (avaliando os parâmetros de QAI e analisando, também, a adequação dos sistemas de ventilação e climatização).  

 

Tendo esta avaliação como alicerce, é fundamental, então, adotar medidas concretas, que viabilizem a edificação de um ambiente saudável e seguro. Tome nota: 

  1. Assegure uma ventilação eficiente de todos os espaços fechados, garantindo assim a eficaz renovação do ar. Além disso, mantenha os sistemas de ventilação e climatização limpos e operacionais; 
  2. Elimine ou reduza as fontes de poluição interna, substituindo materiais que libertam poluentes por alternativas menos tóxicas e mais sustentáveis; 
  3. Implemente medidas coletivas para reduzir a exposição a agentes prejudiciais, como o gás radão. Quando não for possível eliminar o risco na origem, recorra aos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) indicados
  4. Sensibilize os trabalhadores para a importância da qualidade do ar interior, promovendo, desse modo, práticas responsáveis no contexto laboral. Afinal, a formação contínua em segurança no trabalho desempenha um papel incontornável na mitigação destes riscos. 

 

Lembre-se: a proativa monitorização e otimização da qualidade do ar interior é crucial para a promoção de um espaço de trabalho mais produtivo e sustentável.  

Assim, se pretende proteger o bem-estar dos trabalhadores da sua organização, é fundamental contar com um parceiro especializado nesta área. Na Centralmed, dispomos de um leque alargado de serviços de segurança no trabalho, totalmente adaptáveis às necessidades da sua organização. Contacte-nos!

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