O trabalho na indústria apresenta múltiplos riscos para a segurança dos trabalhadores, principalmente devido à operação de maquinaria complexa. Uma empresa do setor industrial deve, assim, focar-se em implementar medidas de prevenção que salvaguardem a Saúde e a Segurança no Trabalho (SST).
Para assinalar o Dia dos Trabalhadores Industriais do Mundo, exploramos, neste artigo, as características do trabalho industrial, a importância da segurança nestas atividades e as boas práticas a seguir.
O que é o trabalho na indústria?
O trabalho na indústria tem como principais objetivos a extração de matérias-primas e a sua transformação em produtos. Além disso, caracteriza-se por:
- Produção em série;
- Utilização constante de maquinaria (mecanização da produção);
- Divisão do trabalho em múltiplas tarefas específicas.
Uma indústria pode, então, classificar-se como extrativa — focada na extração de matérias-primas — ou transformadora — centrada na sua transformação em produtos. Além disso, pode fabricar bens de consumo (destinados ao consumidor final) ou de produção (equipamento para fábricas).
De acordo com a Direção-Geral das Atividades Económicas (DGAE), existem múltiplos setores associados ao trabalho na indústria transformadora e extrativa, como:
- Alimentar;
- Têxtil, de vestuário e calçado;
- Florestal (de madeira, cortiça, pasta e papel);
- Petroquímico;
- Químico;
- Farmacêutico;
- Plástico;
- Elétrico e eletrónico;
- Automóvel.
O que é a segurança industrial?
A segurança industrial consiste nos procedimentos que visam garantir a saúde e o bem-estar no trabalho na indústria, evitando acidentes e doenças profissionais. Foca-se, sobretudo, na identificação e na minimização dos riscos industriais, através da implementação de medidas de prevenção e da formação dos trabalhadores. Envolve um processo contínuo de adaptação à evolução fabril, incluindo, portanto, soluções inovadoras e uma avaliação dos riscos profissionais periódica.
O trabalho na indústria encontra-se, sem dúvida, particularmente vulnerável a riscos profissionais, devido à operação de máquinas (cortantes ou pesadas) e produtos perigosos (tóxicos, explosivos ou inflamáveis). Ademais, múltiplas lesões e doenças podem decorrer dos movimentos repetitivos, do excesso de tempo em pé ou sentado, do transporte de cargas ou das condições de iluminação, temperatura e qualidade do ar.
Alguns fatores que influenciam a segurança industrial incluem, por exemplo:
- Condições dos espaços de trabalho (organização, limpeza e sinalização de riscos);
- Manutenção da maquinaria e inspeção periódica;
- Distribuição de equipamento de proteção individual (EPI);
- Formação dos trabalhadores industriais, nomeadamente para a utilização de cada equipamento (dando a conhecer cada sensor e válvula de segurança e controlo);
- Aplicação de procedimentos de segurança no quotidiano (evitar distrações e exposição imprudente a riscos, realizar pausas frequentes, entre outros);
- Cumprimento da legislação.
Lembre-se: além de afetarem a saúde do trabalhador industrial, acidentes, lesões ou doenças laborais também prejudicam a empresa, com custos acrescidos e perda de talento. O investimento na segurança industrial apresenta, assim, benefícios para todos.
Quais são os principais equipamentos de segurança industrial?
A segurança no trabalho na indústria deve otimizar-se recorrendo a EPI de qualidade e confortável, por exemplo: protetores auriculares, máscaras de soldador ou de proteção respiratória, óculos, luvas, botas e capacetes de proteção. As empresas têm, pois, a responsabilidade de fornecer aos trabalhadores equipamento adequado a cada caso.
A importância da sinalização de segurança industrial
Este aspeto revela-se, pois, crucial para informar os trabalhadores, com rapidez e eficácia, sobre os riscos de produtos, equipamentos, atividades ou locais. Os sinais devem estar acessíveis e cativar a atenção, podendo ser visuais (pictogramas ou luzes), acústicos (alarmes de emergência e evacuação) ou gestuais.
Muitos dos sinais visuais, principalmente os pictogramas, revelam-se universais nas cores e nos formatos, podendo, então, comunicar:
- Proibições;
- Avisos;
- Obrigações;
- Saídas de emergência;
- Instruções para incêndios;
- Informações de rótulos (corrosivo, explosivo, inflamável, tóxico ou perigoso, por exemplo).
Boas práticas para o trabalho na indústria por tipologia
Todo o trabalho na indústria apresenta fatores de riscos profissionais que deverá prevenir. Contudo, estes variam consoante a tipologia da atividade industrial, como explica a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), nos seus manuais de boas práticas.
Trabalho na indústria de produtos químicos
Os principais fatores de risco no trabalho na indústria química incluem, por exemplo: manipulação de produtos inflamáveis e substâncias perigosas ou acondicionamento inadequado de matérias-primas. Para prevenir incêndios graves, deve, então, manter-se os produtos inflamáveis longe de chamas, faíscas e fontes de calor, assegurando também a presença de extintores e a formação dos trabalhadores industriais para combate a incêndios.
As matérias-primas utilizadas na fabricação de produtos químicos devem, ainda, estar devidamente classificadas, rotuladas e embaladas, para evitar acidentes e derramamentos. Além disso, a presença de produtos químicos, poeiras, fumos ou vapores perigosos exige a utilização de EPI.
Trabalho na indústria da borracha e das matérias plásticas
Na indústria do plástico e da borracha, na vulcanização, surgem fatores de risco como, por exemplo, a exposição a compostos orgânicos voláteis, que causa dores de cabeça e irritação nas mucosas. Assim, torna-se imprescindível instalar sistemas de aspiração de vapores, aplicar sinalização adequada e recorrer a equipamentos de proteção respiratória.
Nesta tipologia de trabalho na indústria, também existem riscos associados a máquinas que emitem calor, podendo provocar queimaduras ou desconforto térmico. Importa, pois, utilizar luvas resistentes a temperaturas elevadas e sinalizar as superfícies quentes. O desconforto térmico poderá minimizar-se se os horários de trabalho forem estruturados priorizando as horas com temperaturas amenas. Ademais, deve instalar sistemas de climatização e ventilação e fornecer frequentemente água aos trabalhadores.
Trabalho na indústria da joalharia, ourivesaria e relojoaria
Durante a fundição, no trabalho na indústria da joalharia, estão presentes combustíveis e processos de combustão, que podem conduzir a incêndios, explosões ou inalação de gases tóxicos.
Por conseguinte, revela-se fulcral instalar sistemas de deteção e extinção automática de chamas, além de controlar e monitorizar a cozedura, conduzir os gases de combustão para o exterior e utilizar EPI contra calor e radiação.
Trabalho na indústria do calçado
Devido aos movimentos repetitivos e a posturas incorretas, o trabalho na indústria do calçado traz riscos ergonómicos, propiciando, desse modo, o desenvolvimento de lesões musculoesqueléticas. Para as prevenir, deve, então, incentivar pausas frequentes e fornecer equipamento confortável aos seus trabalhadores.
No fabrico de calçado, a utilização de colas e solventes associa-se a riscos químicos, que poderá, certamente, evitar com a implementação de EPI adequado.
Trabalho na indústria alimentar e de bebidas
O trabalho na indústria alimentar envolve máquinas com elementos em movimento nas linhas de produção, que podem magoar os trabalhadores. Por conseguinte, deverá instalar dispositivos de proteção apropriados (fixos, móveis ou amovíveis) e sinalizar o perigo.
Os trabalhadores encontram-se, também, expostos a agentes biológicos. Portanto, uma higiene rigorosa revela-se vital, incluindo esterilização a elevadas temperaturas e uso de cloro. Deve, então, aplicar as normas do manual de higienização para a indústria alimentar, incluindo higiene pessoal, limpeza e sanitização. Ademais, não deve descurar sistemas de ventilação permanente, EPI e vacinação frequente dos trabalhadores.
Trabalho na indústria da cerâmica e do vidro
No trabalho na indústria do vidro e da cerâmica, os trabalhadores que operam máquinas de movimentação de terras, contactando com poeiras, devem proteger-se, através da humidificação dos materiais e de cabines fechadas com ventilação e filtros. Nos montes de argila, surgem riscos de queda e soterramento, exigindo assim formação específica.
Além disso, só trabalhadores experientes e devidamente formados devem operar moinhos, laminadores e galgas, na preparação da pasta, e fieiras e cortadores, na conformação.
Se pretende garantir a segurança dos trabalhadores da sua empresa, conte, então, com o apoio personalizado da equipa de especialistas em SST da Centralmed, para definir e implementar os procedimentos mais adequados.