A qualidade da água para consumo constitui, sem dúvida, um dos fatores determinantes na avaliação do desenvolvimento de um país. Afinal, a contaminação ou a dificuldade de acesso a este recurso vital condiciona o bem-estar das sociedades, comprometendo a saúde pública e a segurança alimentar.
Descubra, neste artigo, quais são os riscos inerentes à contaminação deste bem essencial e qual é a relevância do controlo da qualidade da água para consumo humano.
O que é o Dia Mundial da Água?
Decorria, no Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento, em junho de 1992, quando se instituiu o Dia Mundial da Água. Desde então, esta data celebra-se, anualmente, no dia 22 de março, visando promover o debate internacional em torno da importância do acesso universal e seguro a este bem indispensável.
Para este Dia Mundial da Água 2023, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou, assim, o repto: “Seja a mudança que pretende ver no mundo”. Nesse sentido, a instituição reforça a urgência de atentar no sexto ponto da lista dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: “Garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água potável e do saneamento para todos”.
De acordo com os dados mais recentes, para alcançarem esta meta até 2030, os governos têm de trabalhar cerca de quatro vezes mais rapidamente na implementação destas políticas de saúde pública e de segurança alimentar.
Qualidade da água: o retrato estatístico de um problema global
O acesso seguro a água potável é, ainda, um sonho distante para cerca de dois mil milhões de pessoas. Esta realidade tenderá a agravar-se, em virtude de fatores como o crescimento populacional e as alterações climáticas, por exemplo.
Os dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) traduzem, pois, a dimensão colossal deste problema.
Como pode, então, contribuir para a mudança deste paradigma?
Para desenhar a campanha do Dia Mundial da Água 2023, a ONU inspirou-se numa fábula que retrata o esforço de um colibri para, uma gota de cada vez, apagar um incêndio na floresta. Por conseguinte, a instituição lança o apelo: “Todas as ações que tomar, independentemente da sua dimensão, ajudarão a resolver a crise da água”.
“Seja a mudança que pretende ver no mundo”, UN-Water
Desse modo, revela-se crucial que todas as entidades — dos governos às empresas, passando pelas escolas, por exemplo — se envolvam ativamente nesta luta pela qualidade da água. Entre as ações propostas pela ONU, destacamos, então, as seguintes:
- Ser curioso — procurar mais informação sobre a manutenção da qualidade da água, a desigualdade no seu acesso e as práticas de poupança que pode implementar;
- Poupar água — utilizar este recurso de modo consciente e adequado às necessidades, consertando eventuais fugas de água;
- Combater a poluição — preservar a qualidade da água, não a contaminando com medicamentos, óleos ou produtos químicos, por exemplo;
- Proteger a natureza — participar em ações de conservação do meio ambiente ou em limpezas de rios e lagos, por exemplo;
- Realizar escolhas de consumo conscientes — manter uma dieta equilibrada e baseada em produtos locais e da estação, cuja produção requeira menos quantidade de água.
A qualidade da água para consumo humano na Europa e em Portugal
Desde 12 de janeiro de 2023, encontram-se em vigor, em toda a União Europeia (UE), os novos requisitos da Diretiva Água Potável. Estas regras constituem um dos padrões mais elevados do mundo, no que diz respeito à qualidade da água, surgindo em consonância com o Pacto Ecológico Europeu e o seu objetivo de poluição zero.
Esta diretiva, devidamente transposta para a legislação nacional, engloba múltiplos aspetos, introduzindo:
- Uma metodologia de identificação e gestão dos riscos de qualidade da água, na cadeia de abastecimento;
- Uma lista de vigilância de substâncias emergentes, como os microplásticos;
- Um conjunto de disposições de conformidade para os produtos a utilizar em contacto com a água potável;
- Um quadro de requisitos a seguir pelos Estados-Membros, para melhorar o acesso à água potável por parte dos grupos vulneráveis e marginalizados.
Portugal atinge máximos nos níveis da qualidade da água
Desde 2015, a qualidade da água que jorra das torneiras dos portugueses situa-se acima dos 99%. Em 1993, esse valor rondava os 50%. Todavia, o Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos (RASARP) afirma que, para manter este padrão de excelência, o país tem de investir cerca de 3,5 mil milhões de euros, nos próximos anos, nomeadamente na reabilitação das infraestruturas de abastecimento.
Nesse sentido, importa frisar a importância de recorrer sempre a fontes de água seguras — tanto no contexto doméstico como no laboral. Note-se que as águas de captação própria podem, certamente, contar com a presença de bactérias patogénicas (E. Coli e Enterococos) e de alguns contaminantes químicos. Com efeito, estes podem causar doenças intestinais, apresentar efeitos cancerígenos ou toxicidade, a médio prazo.
Geralmente, a água contaminada não apresenta cheiro, cor ou sabor característicos. Pode, também, não provocar problemas de saúde imediatos. Revela-se, por isso, imprescindível que a qualidade da água de furos e poços, por exemplo, se submeta a uma análise especializada.
Se a sua empresa pretende implementar medidas de promoção da saúde pública, nomeadamente através da monitorização da qualidade da água para consumo humano, conte com os serviços de segurança alimentar da Centralmed.