LME nos jovens: fatores de risco e estratégias de prevenção 

As lesões musculoesqueléticas, que se tornaram mais conhecidas pela sigla LME, apresentam uma prevalência muito elevada entre crianças e adolescentes. Por conseguinte, são cada vez mais os jovens que, aquando da entrada no mercado de trabalho, apresentam já estes problemas. Estas complicações, que podem mesmo tornar-se incapacitantes, tendem a exacerbar-se com o trabalho. Mas, afinal, quais são as principais causas das LME nos jovens? E como se podem prevenir e combater eficazmente estas lesões?

 

A prevalência das LME nos jovens

A comunidade científica é praticamente unânime em relação à ideia de que a prevalência das LME nos jovens e nas crianças é muito elevada. Trata-se de uma realidade preocupante, que afeta uma parte significativa das pessoas ainda antes da entrada no mundo do trabalho, e que pode, evidentemente, exercer uma influência bastante prejudicial nas suas vidas profissionais.

Ora, para podermos debruçar-nos adequadamente sobre este fenómeno, há alguns dados estatísticos bastante reveladores que importa, desde logo, conhecer:

 

 

Fatores de risco a ter em consideração

São múltiplas as causas identificadas para o desenvolvimento de perturbações musculoesqueléticas em crianças e adolescentes. É, pois, imprescindível atentar nestes fatores de modo que se possa adotar uma abordagem preventiva, que permita combater este problema sistémico na sua raiz. Destacamos alguns.

Fatores físicos e postura

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As causas mais discutidas das LME nos jovens são as que apresentam uma componente física. A obesidade, por exemplo, pode estar na origem de dores, limitações de mobilidade ou lesões súbitas. O excesso de peso cria um stress adicional sobre as articulações ainda em fase de maturação, o que acabará por se repercutir diretamente no bem-estar.

De igual forma, também a postura representa aqui um papel determinante. As atividades que promovem o sedentarismo são apontadas como uma causa central para as LME nos jovens. Consequentemente, é fulcral que se tomem cuidados com a postura durante o trabalho em casa, seja enquanto se está a estudar, trabalhar ou a utilizar os smartphones, por exemplo.

Alimentação Saudável

fatores de risco na alimentação

Como se sabe, o equilíbrio da nossa dieta revela-se decisivo para o bem-estar durante toda a vida. Porém, este fator é ainda mais importante aquando do desenvolvimento dos ossos e dos músculos, na infância e na adolescência.

A ingestão insuficiente de cálcio e de vitamina D, a título de exemplo, aumenta exponencialmente o risco de se desenvolver osteoporose.

É, portanto, fundamental que os jovens sejam estimulados a adotar hábitos alimentares saudáveis desde cedo.

Fatores psicossociais

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As LME nos jovens podem, de acordo com alguns estudos, estar associadas a depressões, stress, tensão ou ansiedade. Como tal, a abordagem aos problemas relativos à saúde mental nesta fase da vida pode, também, ser determinante para uma boa saúde musculoesquelética.

De igual modo, também os padrões de sono (cada vez mais afetados pela omnipresença das tecnologias) têm aqui um papel considerável. Assim, problemas relacionados com a desregulação do sono ou a insuficiência do tempo dedicado ao repouso podem estar na origem de dores recorrentes e, em alguns casos, crónicas.

Medidas de prevenção das LME nos jovens

Adotar uma abordagem preventiva à saúde musculoesquelética das crianças e adolescentes significa, claro está, investir na saúde da futura geração de trabalhadores. Seja através da formação, do exercício físico ou da adaptação dos ambientes de trabalho, há várias medidas que podem ser implementadas para combater as LME nos jovens, antes e depois de entrarem no mercado de trabalho:

  • Reforço do trabalho de sensibilização e de educação junto dos jovens, tanto nas escolas como nas empresas, sobre os fatores de risco que estão na origem das perturbações musculoesqueléticas;
  • Fomento da atividade física regular orientada para o fortalecimento dos músculos, o aumento da flexibilidade e o reforço das articulações;
  • Realização de pausas com regularidade durante o trabalho para exercitar e alongar os membros e os músculos;
  • Adoção de uma dieta equilibrada e diversificada que permita, por exemplo, uma correta absorção do cálcio por parte do organismo;
  • Abstenção de fumar — os fumadores e ex-fumadores apresentam mais 60% de probabilidade de sofrer com dores nas costas, no pescoço e nas pernas;
  • Acompanhamento psicológico, caso necessário, para um combate eficaz ao stress e à ansiedade;
  • Utilização de equipamento ergonómico (cadeira, mesa, acessórios do computador, etc.) e adequação da iluminação ou da qualidade do ar de modo que se reúnam todas as condições propícias a um ambiente de trabalho seguro e saudável.

 

Se precisar de aconselhamento relativo à implementação de medidas preventivas das lesões musculoesqueléticas na sua empresa, consulte os técnicos especializados da Centralmed.

 

Fontes da infografia:

  1. Musculoskeletal disorders among children and young people – a life course approach to risk factors and prevention., European Agency for Safety and Health at Work
  2. Prevalence of back pain and the knowledge of preventive measures in a cohort of 11619 Polish school-age children and youth—an epidemiological study., Medicine
  3. Epidemiology of spinal pain in children: a study within the Danish National Birth Cohort, National Library of Medicine
  4. Young people and safety and health at work, European Agency for Safety and Health at Work
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