Estima-se que, em Portugal, o stress custe cerca de 5,3 mil milhões de euros por ano às empresas. Estes dados, divulgados em 2023 pela Ordem dos Psicólogos, sublinham a vital importância deste tópico para a sustentabilidade dos negócios. É, decerto, um problema crítico, exigindo uma resposta robusta e célere. Neste quadro, a formação em saúde mental, orientada para todos os trabalhadores, desempenha um papel insubstituível.
Mas quais são os tópicos a abordar, necessariamente, neste contexto formativo? E como garantir que este investimento se revela profícuo para os trabalhadores e para as entidades empregadoras? Siga, então, o fio de perguntas e respostas que preparámos para si.
O que é, afinal, a formação em saúde mental?
Em traços gerais, a formação profissional em saúde mental consiste num programa de desenvolvimento de competências norteadas para a deteção e prevenção de um conjunto vasto de problemas psicossociais. Por exemplo:
- Ansiedade e depressão;
- Fadiga e stress ocupacional;
- Burnout;
- Discriminação no local de trabalho;
- Dificuldades relativas à gestão de tempo e de conflitos.
Por conseguinte, a formação em saúde mental tem como desiderato basilar a sensibilização dos trabalhadores para estas ameaças nefastas para o seu bem-estar, muitas vezes invisíveis. Tendo esse exercício de consciencialização como alicerce, pretende-se dotar todos os formandos das ferramentas essenciais para identificar, compreender e combater estes riscos cada vez mais impactantes na vida das organizações.
Além disso, trata-se de uma condição essencial para a edificação de uma verdadeira cultura de segurança nas empresas, que promova, proativamente, o bem-estar e a partilha aberta de problemas e preocupações.
Que temáticas abordar neste contexto formativo?
Existem mais de duas centenas de doenças de cariz psicológico ou psiquiátrico. Com efeito, revela-se impraticável, no desenho dos percursos formativos, abarcar todas as especificidades inerentes a este problema tão complexo.
Não obstante, uma formação em saúde mental completa deve cobrir um conjunto de tópicos relevantes no atual quadro corporativo. Entre eles, podemos, então, destacar:
- Reconhecimento de sintomas e indícios de problemas de saúde mental, nomeadamente, alterações comportamentais e de humor, sinais de ansiedade, stress excessivo e depressão. Trata-se de uma capacidade fundamental para que o trabalhador detete problemas nos outros e, claro está, em si próprio;
- Identificação de problemas relacionados com a discriminação no local de trabalho, assim como com distúrbios alimentares, falta de autoestima, abuso, entre outros;
- Estratégias de prevenção do burnout, por meio de técnicas de gestão de conflitos, do tempo ou da ansiedade relacionada com o trabalho. Neste ponto, deve fomentar-se uma abordagem proativa à saúde mental;
- Apoio e intervenção em eventuais casos relacionados com distúrbios psicológicos ou psiquiátricos — uma competência que pode revelar-se determinante, por exemplo, na prevenção do suicídio;
- Rotinas essenciais para o bem-estar e o autocuidado, englobando múltiplos fatores: da importância da atividade física à manutenção de uma dieta equilibrada, passando pelas dinâmicas de relaxamento e de socialização, que se estendam a toda a organização;
- Combate ao estigma ainda inerente a este tópico, mediante a edificação de um contexto laboral inclusivo e compreensivo, alicerçado na abertura para a diferença e para a partilha de experiências e receios;
- Fornecimento de feedback atempado e construtivo, por parte da liderança.
Quais são, então, as principais vantagens da formação em saúde mental?
Hoje, a implementação efetiva de políticas de promoção do bem-estar consiste, sem dúvida, num fator imperioso para qualquer organização. Por conseguinte, a formação em saúde mental revela-se amplamente profícua, tanto para os elementos da empresa (incluindo, claro, cargos de chefia) como para as entidades empregadoras.
Benefícios para os trabalhadores
Do ponto de vista dos funcionários, entre o vasto leque de vantagens subjacentes à formação em saúde mental, podemos frisar:
- Lidar com situações de stress: os formandos irão adquirir conhecimentos sobre um conjunto de técnicas e ferramentas indispensáveis para reconhecer e agir perante sinais de ansiedade ou a sensação de sobrecarga emocional;
- Aumentar a satisfação no trabalho: um ambiente pautado pela valorização de cada pessoa — fomentando o seu desenvolvimento profissional, mas também pessoal — impacta diretamente os índices de bem-estar e de motivação no quadro laboral. Lembre-se: o envolvimento dos trabalhadores é um fator decisivo no atual contexto concorrencial;
- Estimular o equilíbrio entre vida pessoal e profissional: as competências e técnicas transmitidas numa formação em saúde mental são fundamentais para reduzir o risco de burnout e fomentar o work-life balance. Nesse sentido, revela-se crucial encorajar os trabalhadores a adotar práticas de autocuidado e a trabalhar a sua inteligência emocional.
Benefícios para as empresas
Os dados concernentes ao impacto dos problemas de saúde mental nas organizações são inequívocos. Por exemplo:
Fonte: Organização Mundial da Saúde.
Consequentemente, o investimento sustentado num programa de formação em saúde mental encerra inúmeras vantagens para as organizações, como:
Incremento da produtividade
Se os trabalhadores se sentirem apoiados — e puderem desenvolver as suas carreiras num ambiente saudável e estimulante —, acabarão por evidenciar um maior vínculo à empresa e às suas responsabilidades. Trata-se, pois, de um fator central para a capacidade de inovação e de superação nas empresas.
Redução do absentismo
A formação em saúde mental pode ser a chave da prevenção de problemas graves, como o esgotamento ou a ansiedade relacionada com o trabalho. Assim, evitam-se baixas médicas e os custos (financeiros e outros) associados à ausência de pessoal.
Aumento do capital reputacional
As empresas que combatem de modo proativo o estigma associado a este tópico, priorizando a criação de uma atmosfera inclusiva, segura e saudável, acabarão, certamente, por conquistar maior credibilidade e reputação enquanto empregadoras. Este fator influi, sem dúvida, na capacidade de atrair e reter talento.
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