Ainda que possamos não dar conta da sua presença, a radiação não ionizante permeia todo o espaço que nos rodeia, de forma praticamente ininterrupta. Nas organizações representa, decerto, um risco menos preocupante quando comparado às radiações ionizantes. Não obstante, exige, igualmente, a implementação de um conjunto de cuidados e de medidas preventivas.
Afinal, o que são radiações não ionizantes? E de que modo podem constituir uma ameaça para a Segurança e Saúde no Trabalho (SST) das empresas? Para explorar detalhadamente este risco profissional, consulte então o fio de perguntas e respostas.
O que é a radiação não ionizante?
De acordo com a norte-americana Occupational Safety and Health Administration (OSHA), este tipo de radiação pode definir-se, brevemente, como:
Uma série de ondas de energia compostas por campos elétricos e magnéticos oscilantes, que viajam à velocidade da luz. (...) Pode encontrar-se numa ampla variedade de ambientes laborais e pode representar um risco considerável à saúde dos trabalhadores expostos, caso não seja adequadamente controlada.
Assim, importa que as empresas equacionem e respondam a esta ameaça, evitando um foco exclusivo no perigo — mais evidente e premente — das radiações ionizantes (em que se integra, por exemplo, o gás radão).
Mas qual é a diferença entre a radiação ionizante e a não ionizante?
Para traçar uma distinção clara entre radiação não ionizante e ionizante, pode revelar-se útil pensar nas várias secções de um espectro. De um lado, os que apresentam uma baixa frequência e pouca energia. Falamos, pois, das não ionizantes. No extremo oposto, encontram-se, então, as radiações que, ao interagir com a matéria, podem provocar alterações ou danificações profundas.
Segundo a International Agency for Research on Cancer (IARC), da Organização Mundial da Saúde, estes dois tipos de radiação podem distinguir-se em função de um conjunto amplo de fatores, a saber:
Radiação não ionizante
- Composta por campos elétricos e magnéticos;
- Não apresenta energia suficiente para causar danos no ADN num grau similar ao da radiação ionizante;
- A exposição humana à radiação não ionizante transfere energia para o tecido ou para os materiais (através do aquecimento, por exemplo);
- A sua proveniência é múltipla: aparelhos de rádio, televisão, micro-ondas, lasers, telemóveis, infravermelhos e ultravioletas.
Radiação ionizante
- Contém energia suficiente para quebrar ligações químicas e criar iões;
- Pode danificar o ADN de uma célula, causando mutações passíveis de provocar diversas doenças ou, em última instância, cancro;
- Existe sob a forma de partículas (partículas alfa ou neutrões) ou de raios (raio gama ou raio-x, por exemplo);
- Podem provir de fontes naturais (cósmica ou terrestre) ou artificiais (contexto médico ou energia nuclear, a título ilustrativo).
Que tipos de radiação não ionizante existem?
São muitas, e muito variadas, as possíveis fontes de radiação não ionizante. A sua clara identificação pode, certamente, ser decisiva para a proteção da segurança e do bem-estar dos trabalhadores.
Entre as diversas tipologias/origens desta radiação, podemos então destacar as seguintes:
- Radiofrequência e micro-ondas — em intensidades suficientemente elevadas, podem danificar os tecidos, por meio do aquecimento. Englobam-se, aqui, emissores de ondas de rádio e televisão, radares, redes wi-fi ou telemóveis, por exemplo;
- Radiação infravermelha — as principais fontes artificiais deste tipo de radiação incluem fornos, lâmpadas de aquecimento, chamas ou corpos incandescentes. A pele e os olhos absorvem-na, portanto, sob a forma de calor, podendo provocar dor;
- Radiações e campos eletromagnéticos — provenientes, geralmente, de equipamentos médicos e sistemas de energia elétrica. A exposição prolongada, sem as devidas cautelas, pode comprometer o bem-estar dos trabalhadores;
- Radiação ultravioleta (UV) — o sol, a luz negra ou a soldagem a arco, a título ilustrativo, expõem os trabalhadores a este tipo de radiação. Neste âmbito, revela-se, sem dúvida, crucial enfatizar as nefastas consequências cumulativas da exposição excessiva à radiação solar.
Neste quadro, podemos, ainda, mencionar a radiação não ionizante proveniente de fontes como os lasers ou as frequências extremamente baixas (extremely low-frequency radiation), produzidas por linhas de alta tensão ou equipamentos elétricos. No momento de desenhar um plano de proteção dos trabalhadores contra este risco, devem, pois, ter-se em consideração todas estas tipologias.
Como responder a este risco profissional nas empresas?
De acordo com o documento “Segurança e saúde do trabalho — Guia para micro, pequenas e médias empresas”, da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), as empresas têm o dever de equacionar os efeitos sobre a saúde dos trabalhadores oriundos da exposição prolongada a radiação não ionizante. Entre eles, sublinhamos quatro, a saber:
- Afeções do sistema nervoso central;
- Deficiências imunológicas;
- Consequências nocivas para os órgãos visuais;
- Efeitos lesivos sobre a pele.
Por conseguinte, o guia defende que cabe ao empregador “implementar um conjunto de medidas preventivas e de boas práticas para prevenir os efeitos nocivos sobre a segurança e a saúde decorrentes do trabalho realizado com potencial exposição a radiações”. Nesse sentido, as empresas devem procurar responder a um conjunto de cuidados fulcrais. Fique, pois, a conhecê-los na infografia que preparámos para si:
Para uma devida resposta a este risco, a aplicação de medidas preventivas e corretivas desempenha, portanto, um papel central.
Ora, se pretende proteger os seus trabalhadores contra a exposição à radiação não ionizante, é fundamental contar com o apoio de uma equipa especializada de SST. Afinal, só assim poderá garantir:
- A medição regular do grau de exposição de cada indivíduo;
- A reformulação e otimização do espaço de trabalho, visando assim confinar/blindar os focos de emissão de radiação eletromagnética;
- A formação, informação e consulta aos trabalhadores acerca do risco de exposição e das medidas de prevenção e proteção;
- A seleção dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adequados para reduzir os efeitos da radiação não ionizante;
- Acompanhamento próximo e personalizado de cada trabalhador, por parte da Medicina do Trabalho.
Com uma vasta experiência nesta área, a Centralmed é, certamente, o aliado certo para responder a este desafio, considerando as especificidades de cada empresa e do respetivo setor de atividade. Consulte, pois, os nossos serviços de segurança no trabalho e contacte-nos.