Uma dieta saudável revela-se, certamente, vital na preservação da nossa saúde e na prevenção de inúmeras doenças. Todavia, nem todos conhecem a profunda conexão entre cancro e alimentação. Descubra, neste artigo, o impacto dos hábitos alimentares no risco de desenvolvimento de cancro.
Qual é a ligação entre cancro e alimentação?
Primeiramente, a Liga Portuguesa Contra o Cancro enfatiza a necessidade de implementar cuidados adicionais com a alimentação para doentes com cancro. Além disso, o excesso de gordura corporal, o consumo de demasiadas calorias e a falta de exercício físico associam-se ao agravamento do risco de desenvolvimento de cancro, nomeadamente, do esófago, da mama, do útero, do rim e colorretal.
Nesse sentido, importa destacar que um terço das mortes por cancro relaciona-se com a dieta e a atividade física. Conjugados, o excesso de peso e o sedentarismo provocam, então:
- 159 mil mortes anuais por cancro colorretal (26% do total);
- 88 mil mortes anuais por cancro da mama (19% do total).
Ademais, no que concerne à clara relação entre cancro e alimentação, devemos sublinhar os seguintes dados:
- 75-80% da maioria dos cancros surgem devido ao estilo de vida;
- 30% devem-se, direta ou indiretamente, à nutrição;
- 40% podem ser evitados com a adoção de hábitos mais saudáveis.
Cancro e alimentação: quais são os alimentos que causam cancro?
A Liga Portuguesa Contra o Cancro realça como fator de risco para o desenvolvimento de cancro o consumo excessivo de diversos alimentos como, por exemplo:
- Carnes vermelhas e enchidos;
- Alimentos excessivamente calóricos (gordurosos e açucarados);
- Alimentos carbonizados;
- Bebidas alcoólicas;
- Alimentos excessivamente salgados.
A descoberta do impacto da carne vermelha e processada no cancro
Em 2015, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um relatório, no qual considerou a carne processada como carcinogénica e a carne vermelha como provavelmente carcinogénica. Definiu-se “processada” como carne transformada através de salga, cura, fermentação, fumagem, entre outros processos que realçam o sabor ou otimizam a preservação. Designou-se como “vermelha” a carne não processada provinda de músculos de mamíferos, como, por exemplo, vaca, porco, ovelha, cavalo e cabra.
Surpreendentemente, a carne processada passou a inserir-se no Grupo 1 dos carcinogénicos, no qual constam o fumo de tabaco e o amianto. Estas conclusões obtiveram-se graças à investigação conduzida por cientistas da International Agency for Research on Cancer (IARC). Basearam-se, especialmente, no cancro colorretal, mas também noutros, como do estômago, do pâncreas e da próstata.
Percebeu-se, assim, que os processos de transformação da carne, como a cura com adição de nitratos/nitritos ou a fumagem, por exemplo, podem conduzir à formação de químicos cancerígenos. Os perigos do consumo de carne processada denunciam, pois, a conexão entre cancro e alimentação (com particular destaque para o impacto dos aditivos alimentares).
Por fim, a confeção da carne, especialmente a elevadas temperaturas, como na fritura ou na grelhagem, também pode levar à produção de químicos cancerígenos.
Afinal, a carne vermelha não é saudável?
Segundo a Doutora Kana Wu do Departamento de Nutrição da Universidade de Harvard, “apesar de a carne vermelha apresentar valor nutricional — sendo rica em proteínas, minerais e vitaminas (como a B12) — muitos estudos demonstram que o seu consumo pode aumentar o risco de cancro colorretal, doenças cardíacas, diabetes, entre outras doenças crónicas. Além disso, incrementa o risco de morte com essas doenças, em comparação com outras boas fontes de proteína, como a carne de aves, o peixe e os legumes”.
Aliás, em 2019, dietas ricas em carne vermelha foram responsáveis por cerca de 896 mil mortes, de acordo com o Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME). Desse modo, o melhor será seguir as recomendações do World Cancer Research Fund International (WCRF) associadas a cancro e alimentação, reduzindo o consumo de carne vermelha para até 500 g por semana e evitando carnes processadas.
Cancro e alimentação: quais são os melhores alimentos?
Sem dúvida, uma alimentação variada e equilibrada promove a saúde. Além disso, múltiplos alimentos apoiam a prevenção do cancro, pois removem substâncias cancerígenas e inibem o crescimento de células malignas.
Como salienta o programa da Direção-Geral da Saúde (DGS) para a promoção de uma alimentação saudável, hortícolas e fruta consideram-se protetoras, devendo consumir-se, pelo menos, 400 g delas por dia (o equivalente, em média, a duas sopas e três peças de fruta).
Os peixes gordos (sardinha, cavala e salmão), por exemplo, são fontes de ómega-3, protegendo o organismo contra o cancro. Deve também adicionar cereais integrais à sua dieta, tendo em conta o seu teor em fibra.
Pode ainda prevenir-se na confeção, evitando, por exemplo, o consumo de alimentos total ou parcialmente carbonizados, como carne cozinhada na grelha, na chapa ou no churrasco. Por fim, leia sempre os rótulos e não subestime a conexão entre cancro e alimentação.
Qual é a importância da atividade física?
Após analisarmos a relação entre cancro e alimentação, percebemos que o controlo do peso e a atividade física, bem como o combate ao tabagismo, constituem, sem dúvida, aspetos fundamentais de uma vida saudável. Reduzem, portanto, o risco de cancro.
Afinal, a obesidade aumenta a produção e a circulação de estrogénios e insulina no organismo, hormonas que estimulam o crescimento do cancro. A Liga Portuguesa Contra o Cancro recomenda, assim, a realização de, pelo menos, 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade física intensa, por semana.
A prática de exercício físico, mesmo entre doentes com cancro, apresenta diversas vantagens, a saber:
- Reduz a fadiga;
- Combate a ansiedade e aumenta a autoestima;
- Minora o risco de reincidência do cancro;
- Diminui as náuseas e a dor do tratamento;
- Otimiza o sistema imunológico
- Incrementa a sobrevida.
Se pretende promover hábitos saudáveis na sua empresa e proteger os seus trabalhadores, realçando a ligação entre cancro e alimentação, conte então com a equipa de especialistas da Centralmed e consulte os nossos serviços de segurança alimentar.